08/03/2024 - 19:58
Conhecida pelos dreads, o visual “sujinho” e jeito único da Mendigata, a modelo e influenciadora Fernanda Lacerda despontou para a fama em 2014 através do programa “Pânico na TV”. E mesmo não interpretando mais a personagem desde 2017, quando deixou de fazer parte do elenco do programa, ainda é muito lembrada e querida pelo público em geral.
No Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta sexta-feira, dia 8 de março, ela relembrou um pouco sobre essa trajetória e contou como se sente hoje sobre sua participação na atração, considerada por muitos um tanto quanto machista.
“Tudo na minha vida aconteceu sempre um pouco inesperadamente. Do dia pra noite, aquela mendiga que achei que fosse apenas mais uma brincadeira, conquistou o Brasil inteiro, e dali minha vida mudou. Lembro que fiz meus dreads, inclusive nessa época de Páscoa. Duas semanas depois a produção do “Pânico” me convidou para fazer uma gravação, de uma mendiga. Fiz a gravação achando que seria a última da minha vida e foi daí que começou e nasceu minha personagem, a Mendigata”, relembrou ela.
A modelo, que recentemente estreou no ringue protagonizando uma emocionante luta de boxe contra a esposa do lutador Popó, falou ainda sobre a sua gratidão ao público e o programa, refletindo em seguida.
“Foi a minha família, né?! Foi onde eu comecei. Mudou tudo pra mim. De tudo que já vivenciei, acho que foram lá as experiências mais malucas da minha vida. Mas ao mesmo tempo que foi muito bom, teve também algumas partes nada legais, porque tinha também muita pressão e isso tudo afetou muito meu psicológico. Muito, muito, muito. Teve uma época que eu fiquei abalada emocionalmente”, desabafou.
E continuou: “Além disso, tinha toda uma questão, que na época a gente não entendia muito porque o empoderamento feminino não era ainda uma pauta tão debatida. Acho, inclusive, que é um programa que não caberia nos dias atuais por tudo que rolava e o tipo de humor que era usado, que, hoje, temos uma noção de que não era um humor tão saudável. Se tivesse que voltar no tempo, provavelmente faria tudo de novo, porque foi isso que me abriu as portas e me deu muitas oportunidades. Mas, hoje enxergo uma Fernanda muito mais empoderada que não existia naquela época”, garante ela.
Mãe do pequeno Gabriel, de apenas três meses de idade, Fernanda acrescentou que sempre soube se impor, mas que hoje tem muito mais consciência sobre o sobre o seu poder feminino.
“Já passei algumas coisas desagradáveis, mas sempre me impus exigindo respeito como mulher, como profissional. Também já ouvi muitas coisas e acho que falar que a mulher só consegue as coisas por causa da beleza, também é uma forma de preconceito. Nós mulheres não merecemos e não podemos aceitar ser diminuídas por ninguém. Essa é a minha dica para hoje”, concluiu.