No Dia do Orgulho LGBTQIA+, comemorado nesta sexta, 28, a influenciadora Maria Venture resolveu abrir o jogo sobre o processo de aceitação da sua sexualidade. Atualmente namorando com a cantora sertaneja Yasmin Santos, ela já foi “convidada a se retirar de casa” aos 18 anos pela mãe, por não ter sido aceita, e foi morar na capital de São Paulo. Seis anos depois, a influencer revela o quão complicada foi sua jornada de descoberta da bissexualidade.
“No começo, quando entendi que gostava de mulheres, eu pensava que era lésbica. Em nenhum momento eu cogitei a bissexualidade. A bissexualidade ainda era muito invalidada. Para mim eu só podia ser hétero ou lésbica, não existia outra coisa além disso. E isso me tirava o sono, pois eu não me entendia nem como hétero e nem como lésbica. Me considerava uma pessoa confusa por não me encontrar. Foi quando eu abri mão de tentar me encaixar em um rótulo, comecei a apenas viver e experienciar as coisas. Assim, entendi e aceitei que eu tinha atração por ambos os sexos”, revela.
A jovem de 24 anos conta também o que mais ajudou a facilitar esse processo de aceitação e descoberta: “Além da terapia que eu já fazia na época, com certeza a internet me ajudou muito também! Eu assistia conteúdos de pessoas da comunidade e me identificava muito com as histórias e com os sentimentos! Com certeza isso me ajudou a entender, organizar e aceitar mais as coisas”.
Hoje cultivando uma ótima relação com a mãe e a tendo como sua grande apoiadora de vida, Maria Venture aproveitou para refletir o quanto a sociedade mudou no combate ao preconceito contra pessoas bissexuais, em comparação com a época em que ela se entendeu e se assumiu.
“Nesses últimos 6 anos, muitas pessoas descobriram ser bissexuais. Sinto que por conta do número de pessoas se descobrindo e levantando a bandeira, a bissexualidade começou a ser mais ‘normalizada’ por todos. O que antes era pouco visto, hoje já tem uma visibilidade maior. Ainda temos muito o que conquistar, pois ainda vejo que existe uma dificuldade de entendimento sobre ‘como alguém pode gostar de ambos os sexos?’ vindo de muitas pessoas, principalmente as mais tradicionais”, reflete.
A criadora de conteúdo prossegue na reflexão dizendo que não basta apenas não ser preconceituoso, que é preciso ser ativo no combate ao preconceito: “Mesmo que você não faça parte da comunidade, é preciso se impor, corrigir e defender sempre que presenciar alguma situação mais delicada. Seja em uma situação de discriminação ou violência contra algum de nós, ou até mesmo em uma roda de amigos quando alguém fizer alguma ‘piadinha’ que você sabe que não tem graça. É um longo trabalho, mas se cada um ajudar dessa forma sempre que necessário, com certeza muitas pessoas não iriam se sentir mais no direito de praticar qualquer tipo de preconceito. Isso faria muita diferença para nós!”.
No Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, Maria Venture diz como se relaciona com a data: “Hoje é o dia de celebrarmos quem somos sem nenhuma máscara ou padrões impostos. É dia de mostrar o quão valioso é o amor, independente do gênero, e principalmente o dia de comemorar todas as lutas e conquistas da comunidade LGBTQIAP+ na nossa sociedade”.
Por fim, ela, que totaliza mais de 12 milhões de seguidores nas redes sociais, fala sobre seu papel como influenciadora no combate ao preconceito: “Hoje em dia procuro me comunicar com todos aqueles que querem me ouvir, que respeitam a minha sexualidade e que enxergam isso com naturalidade”.
“Até porque eu namoro uma mulher, e sempre mostro um pouco desse amor nas redes sociais. É algo completamente normal para mim e espero que seja normal também – ou se torne – para todos aqueles que nos conhecem. E assim como eu já estive perdida um dia, tenho certeza que outras pessoas também estão! Sinto que compartilhar as minhas experiências com certeza pode ajudá-las a se encontrarem mais rápido”, finaliza.