Imponentes e majestosas, desfilando sua grandiosidade em seu habitat natural com aquele olhar felino envolvente e intimidador. Vê-las de perto é uma das cenas mais lindas desse Brasil. Imaginem que a onça-pintada é o maior felino das Américas e o terceiro maior do mundo, depois dos tigres e leões, podendo pesar entre 55 kg e 135 kg.

Segundo um levantamento realizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a onça-pintada é amplamente distribuída na Amazônia e Pantanal, mas mesmo com essa ampla distribuição, nas últimas três décadas houve um declínio significativo de sua população. As crescentes alterações ambientais provocadas pelo ser humano, como o desmatamento e a caça de presas silvestres e das próprias onças, são as principais causas da diminuição da população de onças-pintadas no Brasil. O impacto da diminuição e desaparecimento da espécie para o ecossistema é grande e de efeito cascata, que começa desde o aumento de suas presas, até mesmo na liberação de patógenos que pode afetar a saúde humana.

Fotos Divulgação

O Onçafari teve início em agosto de 2011, quando o fundador e idealizador Mario Haberfeld, começou os trabalhos no Refúgio Ecológico Caiman. Onçafari Rewild estruturou, em parceria com o CENAP/ ICMBio, projetos de pesquisa para reintroduzir onças-pintadas em seu habitat, uma importante ferramenta para a recuperação de populações ameaçadas de extinção. Atualmente, o Onçafari reabilita mamíferos de pequeno, médio e grande porte para posterior soltura na natureza. O primeiro caso bem-sucedido foi o das irmãs Isa e Fera, onças-pintadas que perderam a mãe ainda filhotes e foram reintroduzidas no Pantanal. Depois de uma cuidadosa adaptação, elas não necessitaram de suporte quando devolvidas à natureza e vivem normalmente em seu habitat, com filhotes gerados em ambiente natural. Além da frente de reintrodução, eles trabalham com estudos científicos, educação ambiental, projetos sociais e ecoturismo.

Através do ecoturismo por exemplo, os moradores e proprietários de terras passam a valorizar as espécies nativas e tornam-se protagonistas da conservação do ecossistema no qual vivem e trabalham. O objetivo é fazer com que os encontros com as onças permitam que os visitantes aprendam mais sobre as espécies, conscientizando-se da importância desses predadores na natureza e envolvendo-se em seu processo de conservação. Parte do trabalho de conscientização engloba palestras sobre essas espécies e outros animais que convivem no mesmo bioma. São aulas ministradas em escolas e universidades brasileiras e estrangeiras, assim como para os hóspedes que visitam o Onçafari.

Foi o que aconteceu com Richarlison. Pouco antes da copa, o jogador que decidiu a primeira vitória da seleção, esteve no Pantanal. “Fiquei encantado pelo trabalho feito aqui e pelas onças, então decidi adotar uma delas, colocando o nome de Acerola por causa do filme Cidade dos Homens. O Acerola vive em habitat natural de forma livre e monitorada como parte dos estudos comportamentais e ajudar a preservar a espécie.”