O convidado do mais recente episódio do MoneyPlay Podcast, programa voltado para o mundo das finanças, é o administrador de empresas, educador financeiro e autor de três livros sobre finanças Mauro Calil. Ele fala sobre como ficou milionário três vezes ao longo da vida (e perdeu tudo por duas vezes) e como é viver de investimentos.

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O tema finanças pessoais sempre fez parte da vida do, hoje, educador financeiro. Os pais ensinaram a juntar dinheiro em cofrinhos, a avó dava orientações sobre dinheiro e do avô ganhou o primeiro lote de ações ainda aos 11 anos de idade. “Deixei as ações lá e, 20 anos depois, eram suficientes para pagar um apartamento.”

Três primeiros milhões

Sua carreira começou como executivo de multinacionais e, em apenas quatro anos, ele já havia acumulado seu primeiro milhão de dólares. Ele poupava, em média, 70% da sua renda e, com o dinheiro economizado, comprava ações. 

Naquela época, o cunhado de Calil o convidou para ser sócio em um forró na periferia de São Paulo. “Entrei com o dinheiro e ele com a experiência no setor”, afirma. Cinco meses depois, o negócio não ia bem e ele resolveu sair do negócio. “Perdi todo o dinheiro investido, mas sabia que o prejuízo só aumentaria.”

O administrador de empresas recomeçou do zero, mas quatro anos depois juntou seu segundo “primeiro milhão de dólares”. Tinha apenas 28 anos. “Voltei para a fórmula que tinha dado certo: gastar o mínimo possível e aplicar em renda variável o máximo possível”, conta. 

Calil acumulou vários milhões e até parou de trabalhar para viver como trader e de seus rendimentos. Aos 40 anos, ele passou por problemas pessoais e perdeu tudo novamente, só que dessa vez mais de R$ 6 milhões em dinheiro investido na bolsa, além de imóveis, carro e dinheiro em renda fixa. 

Mas, novamente, ele conseguiu se recuperar. Foi contratado por um banco de investimento e voltou à rotina de planejamento financeiro. Quatro anos depois, ele já havia alcançado o terceiro “primeiro um milhão”. 

Educação financeira

Ainda antes do último tombo, Calil começou a dar aula em uma faculdade. “Já era casado e mulher não aguenta homem em casa”, brinca. Depois ele recebeu um convite para ensinar no extinto Instituto Nacional de Investidores (INI) no Rio de Janeiro. “Além de ter adorado, ganhei em um dia o que levava o mês inteiro para ganhar na faculdade.”

Calil acredita que, ainda hoje, falar de dinheiro é mais tabu do que falar de sexo ou drogas no Brasil. “Não existe uma marcha contra impostos, mas tem a favor da maconha”, compara. “As pessoas acham que educação financeira é uma amarra, mas ela liberta.”

Para o educador financeiro, viver de dividendos é ter a certeza de que todas as suas contas estão pagas. “Óbvio que não tenho Ferrari, e nem pretendo ter, mas meu padrão de vida está perpetuado”, afirma. “Antes da pandemia, fazia duas viagens internacionais e quatro pelo Brasil por ano. Em 2019, passei 30 semanas do ano viajando.”

Ele acredita que não é difícil juntar um milhão de reais, mas as pessoas colocam travas na cabeça. Calil explica que, na educação financeira, riqueza é ter abundância daquilo que você dá valor e pobreza é a escassez disso. E, como as pessoas não sabem o que elas querem, acreditam que a felicidade está em coisas.

Aprender a investir desde cedo é algo que o educador financeiro também ensina aos filhos. “Não dou presente, dou futuro”, diz, referindo às ações e fundos imobiliários que ele compra para os filhos em datas comemorativas e no aniversário. “Mas propicio experiências, como viagens, passeios. Brinquedo é cacareco, já os investimentos estão lá rendendo para eles.”

Confira aqui os outros episódios do programa, com o economista Ricardo Schweitzer, os educadores financeiros Patricia Lages e André Massaro e o trader e influencer Ricardo Brasil.