O Afeganistão está mergulhado em uma crise financeira após a tomada do poder pelo Talibã, grupo que atua no país e no Paquistão desde 1990. O regime é conhecido por suas regras rígidas. Nos últimos 6 meses, a situação humanitária tem piorado.

O retorno do Talibã ao comando, em 2021, trouxe de volta a restrição das liberdades individuais, perseguição aos direitos das mulheres e levou à crise as famílias afegãs, com diminuição dos salários e aumento do desemprego. No desespero, pessoas começaram a vender seus rins.

Apesar da prática ser proibida em vários países, no Afeganistão não há regulamentação específica. Assim, é possível receber, em média, US$ 1500 (cerca de R$ 7500) por um.

Nos arredores de Herat fica Sayshanba Bazaar, um vilarejo formado por centenas de pessoas deslocadas por anos de conflito. O local é conhecido como “aldeia de um rim”, já que centenas de moradores venderam o órgão para pagar suas dívidas.

Em entrevista à AFP, Aziza está esperando a oportunidade de fazer o mesmo. A chance veio depois de conhecer um funcionário do hospital que está tentando combiná-la com um doador.

“Meus filhos vagam pelas ruas implorando. Se eu não vender meu rim, serei obrigada a vender minha filha de um ano”, lamenta.

Com informações da AFP