A Coreia do Sul registrou neste sábado (29) seu maior número de infecções desde o início da epidemia do novo coronavírus, cuja disseminação mundial levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a aumentar seu nível de alerta para esse vírus que já afeta negativamente a economia.

A epidemia, que já causou mais de 2.900 mortes e mais de 85.000 infecções – das quais 2.838 mortos e 79.285 casos na China – afundou os mercados financeiros na sexta-feira a um dos níveis mais baixos desde a crise de 2008-2009.

A Coreia do Sul, o segundo país mais afetado depois da China, registrou neste sábado 813 novos casos, o maior aumento em um dia, elevando o saldo total para 3.150 infecções, dos quais 16 morreram.

Além disso, as autoridades de saúde do país anunciaram um primeiro caso de reinfecção, ou seja, uma mulher de 73 anos que já esteve doente, curada e voltou a testar positivo.

A OMS elevou a ameaça do novo coronavírus a um nível “muito alto” e instou os países que ainda não foram afetados a se prepararem para a chegada do COVID-19 (o nome da doença causada pelo vírus), porque assumir que está protegido seria um “erro fatal”.

A lista de países que registraram suas primeiras infecções não para de crescer.

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Depois do Brasil, o México detectou casos na sexta-feira, com três confirmações de coronavírus em pessoas que estiveram recentemente na Itália, e o Equador anunciou neste sábado seu primeiro caso. Segundo as autoridades sanitárias, trata-se de uma mulher equatoriana que chegou a Guayaquil da Espanha.

Na Nigéria, um italiano que chegou a Lagos proveniente de Milão testou positivo, tornando este país o primeiro da África subsaariana com o novo coronavírus. Dois outros países do continente africano, Egito e Argélia, já haviam anunciado casos.

– “Transparência exemplar” –

Na China, onde o novo coronavírus apareceu em dezembro, o número de contaminações continua a diminuir, principalmente graças às medidas de isolamento de mais de 50 milhões de pessoas.

Outros países estão, no entanto, se tornando fontes de disseminação da epidemia, começando pela Coreia do Sul, Irã e Itália.

No Irã, a rádio BBC Persian, citando fontes médicas, informou que há pelo menos 210 pessoas mortas, muito mais do que números oficiais, que citam 34 mortos e 388 casos de infecção.

O porta-voz do ministério da Saúde iraniano, Kianuche Jahanpur, negou que os dados da BBC são verdadeiros e destacou “a transparência exemplar do Irã na publicação de informações sobre o coronavírus.

A Arábia Saudita, que já havia suspendido a entrada de peregrinos que viajavam para Meca, proibiu os cidadãos dos países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) de entrar em suas cidades sagradas (Meca e Medina).

Na Itália, o COVID-19 já infectou cerca de 1.000 pessoas, causando 29 mortes

Para conter a epidemia, a Itália adotou medidas drásticas, como o fechamento de escolas, a suspensão de eventos esportivos e culturais e o isolamento de 11 localidades no norte do país.


Entre os últimos eventos afetados pela epidemia estão cinco partidas de futebol da primeira divisão, incluindo o duelo entre Juventus e Inter de Milão, que foi adiado para 13 de maio.

– “Imprensa histérica” –

Nos Estados Unidos foram confirmados quatro casos de contágio do COVID-19 cuja origem ainda não foi estabelecida.

Segundo o presidente americano, Donald Trump, existem 62 pacientes infectados, mas não há mortes.

“A imprensa é histérica”, disse ele, acrescentando que cerca de 35.000 pessoas morrem de gripe todos os anos em seu país.

Washington decidiu adiar uma cúpula com a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), marcada para março em Las Vegas.

Em Nova York, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse que “não é hora de entrar em pânico, mas de se preparar completamente”.

À medida que o vírus se espalha, a atividade econômica global perde o fôlego.

A atividade do setor manufatureiro na China caiu para um recorde em fevereiro.

Na América Latina, os especialistas acreditam que a epidemia terá um impacto na economia regional. Grandes economias como Brasil, Argentina e Chile têm como principal parceiro comercial o gigante asiático.

Seja carne, grãos ou cobre, a China se abastece de produtores latino-americanos. Por sua vez, muitas cadeias de produção locais dependem de componentes chineses.


No nível médico, no entanto, há um fator positivo: das mais de 85.000 pessoas infectadas, 36.500 já foram curadas, de acordo com uma contagem da Universidade Johns Hopkins, que coleta dados da OMS e das autoridades de saúde de cada país.

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