Bolsonaro não poderia ter escolhido um partido pior para se filiar e disputar a reeleição. O PL, presidido por Valdemar Costa Neto, é integrado por uma grande maioria de dirigentes que são alvo de investigações, quer por corrupção e lavagem de dinheiro, quer por outros tipos de delitos, como rachadinhas e desvio de recursos de obras públicas. Dos 27 presidentes estaduais da sigla, pelo menos 18 respondem a inquéritos ou já foram condenados por malfeitos. Em São Paulo, onde o mandatário pretende lançar o ministro Tarcísio Freitas para disputar o cargo de governador, a legenda é dirigida por José Tadeu Candelária, acusado pelo doleiro Lúcio Funaro, delator do mensalão, de ser o homem que recebia as propinas em nome de Costa Neto. E esse é o perfil dos demais líderes estaduais.

Ficha-suja

Em Goiás, o presidente do diretório estadual, Flavio de Paula Canedo, foi condenado à prisão por ter torturado um desafeto. No Pará, o presidente do PL, Zequinha Marinho, foi acusado de rachadinha com funcionários de seu gabinete. O dirigente do PL do Rio Grande do Norte, João Maia, é alvo de denúncia por desvio de dinheiro em obras do Dnit.

Mensalão

O caso mais grave é o que envolve o próprio presidente da legenda do capitão. Valdemar Costa Neto foi condenado a sete
anos e dez meses de prisão por ter recebido propinas para sustentar o governo de Lula no Congresso, no rumoroso escândalo que ficou conhecido por mensalão do PT. Ele recebeu indulto do STF após ter ficado um bom tempo na cadeia.

Lula vai esconder Dilma debaixo do tapete

Divulgação

O presidenciável do PT deixou claro que a ex-presidente Dilma não terá papel algum em eventual futuro governo petista e que ela será escanteada na campanha eleitoral. “O tempo dela passou, tem muita gente nova no pedaço”, disse Lula em entrevista para uma emissora de rádio, explicando que um dos erros da sucessora foi na incapacidade política: “Ela não tem a paciência que a política exige”.

Retrato falado

“Ainda estamos em guerra” (Crédito:Ricardo Moraes)

Paulo Guedes voltou a bater de frente com Bolsonaro, ao criticar sua decisão de reajustar os salários dos professores da educação básica em 33,24%. O ministro disse que não fazia sentido algum conceder o aumento, sobretudo para uma categoria que vinha dando aulas à distância. Lembrou que o País ainda precisa controlar o orçamento em meio à crise provocada pela variante Ômicron. “Temos que ter cuidado com os salários porque ainda estamos em guerra”, disse o ministro.

As pressões da OCDE

Os 38 países que integram o Conselho da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) resolveram convidar o Brasil e outras cinco nações (Argentina, Bulgária, Peru, Romênia e Croácia) a disputarem uma vaga na instituição, que colocará o escolhido mais perto do clube dos ricos. Para as empresas nacionais, isso abriria as portas para o mundo desenvolvido. É um sonho acalentado há muitos anos pela diplomacia brasileira. O problema é que para o Brasil ser eleito, teremos que passar por um vestibular de boas práticas econômicas e de preservação ao meio ambiente. A OCDE já deixou claro que o Brasil somente será selecionado se reduzir o desmatamento na Amazônia.

Bandeira branca

Por orientação do governador João Doria, que objetiva a pacificação do partido, o PSDB resolveu reconduzir o ex-deputado Bruno Araújo à presidência nacional da legenda. Ele ficará no cargo por mais dois anos. Para evitar disputas internas, a sigla também vai manter os atuais presidentes dos diretórios estaduais, como Marco Vinholi, em SP.

Federação

Na mesma reunião, os dirigentes tucanos também aprovaram por unanimidade a continuidade das negociações com o Cidadania para a formação de uma federação. O partido de Roberto Freire, porém, terá que desistir de lançar o nome do senador Alessandro Vieira para presidente. Doria tenta aliança ainda com o MDB e fala em ter Simone Tebet de vice.

PSD quer distância de Bolsonaro

Jefferson Rudy

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, não quer nem ouvir falar sobre a articulação que Bolsonaro está armando no Congresso para indicar o senador Alexandre Silveira (PSD-MG) para a liderança do governo no Senado. O ex-capitão pretendia com isso se aproximar do atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, que também é do PSD mineiro, mas Kassab cortou o mal pela raiz.

Toma lá dá cá

Junior Bozzella, deputado federal pelo PSL-SP (Crédito:Divulgação)

O ex-juiz Sergio Moro sairá do Podemos e irá para o União Brasil?
Essa é uma possibilidade. Se o entendimento for de que esse é o melhor caminho para o País, a Renata Abreu já demonstrou esse desprendimento.

Vocês acreditam que Moro pode tomar o lugar de Bolsonaro no segundo turno?
Eleição não é ciência exata, mas é isso que as pesquisas vêm indicando. Se seguirmos essa tendência, teremos Moro subindo e Bolsonaro caindo cada vez mais.

Quais são os principais fatores de desgaste de Bolsonaro?
O péssimo desempenho da economia e a questão social encabeçam a lista de demandas do eleitor, ao lado do combate à corrupção. Bolsonaro já mostrou durante os últimos três anos ser incapaz de conduzir o País.

Rápidas

* Lula passou uma rasteira em todo mundo para garantir que Haddad ficasse sozinho para disputar o governo de São Paulo. Tirou Alckmin da parada ofertando-lhe a vice e anulou Marcio França do jogo com a promessa de aliança com o PSB. Só falta escantear Boulos.

* O PT ameaça roer a corda do acordo com o PSB em Pernambuco. Os socialistas querem que o PT apoie o deputado Danilo Cabral como candidato a governador, mas os petistas insistem em manter a candidatura do petista Humberto Costa.

* Cotado para ser o vice de Bolsonaro na reeleição, o ministro da Defesa, Braga Netto, está batendo nas portas dos partidos do Centrão em busca de guarida para a sua filiação, mas todos estão lhe virando as costas.

* Doria já está com o time de comunicação para a corrida presidencial montado. A equipe, composta pelos publicitários Chico Mendez e Guilhermo Raffo, será coordenada pelo prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado.