Uma câmera de segurança registrou no domingo (15) uma frentista, de 22 anos, agredindo um homem, 25. Na terça-feira (17), ela registrou um boletim de ocorrência por importunação sexual. Em seu depoimento, a mulher afirmou que o rapaz passou a mão em sua parte íntima dentro da loja de conveniência do posto de combustível onde trabalha, no bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre (RS). As informações são da Universa.

A notícia-crime foi registrada na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Porto Alegre. Por conta da Lei de Abuso de Autoridade, a identidade do rapaz não foi informada. Ele deverá ser ouvido nos próximos dias.

A Universa conversou com a frentista e ela afirmou que está muito abalada pela situação e repercussão do vídeo.

“Ele costumava comprar e distribuir balas para nós. Todos os dias aparecia, entregava o doce para mim e, depois, para meus colegas. Eu não tinha nenhum tipo de relação com ele, apenas sabia seu nome.”

Segundo ela, no dia do assédio, “ele viu que eu estava na loja. Foi até o caixa, comprou chicletes, colocou ao meu lado, se posicionou atrás de mim e me perguntou se eu poderia passar o meu contato na rede social. Nem respondi, não dei importância para o que ele falava”.

Nesse momento, ele passou a mão em sua parte íntima. “Foi muito rápido, nem deu tempo de reagir. Ele colocou as mãos em minhas partes íntimas. Não foi na coxa ou no meu bolso, como comentaram, foi na virilha. Eu fiquei muito nervosa. Nunca tinha sofrido nada parecido.”

Então, a frentista começou a agredi-lo com socos e chutes. Depois, uma outra mulher conseguiu apartar a confusão e o rapaz fugiu do local.

“Ninguém tem o direito de encostar a mão em mim. Não recomendo que as pessoas tenham a mesma atitude que eu tive, mas as mulheres precisam denunciar qualquer tipo de violência. E se ele tivesse feito com uma criança?”, questionou.

Medida protetiva

A delegada Cristiane Pires Ramos, titular da 1ª Deam de Porto Alegre, informou que a vítima pediu uma medida protetiva, que ainda não foi deferida pelo Judiciário.

“Não é comum uma mulher reagir a esse tipo de abordagem, que ocorre com mais frequência em transporte público. Ela foi corajosa, nos deu detalhes de tudo o que aconteceu”, relatou.

“Sentimos a vítima muito abalada, tanto que não conseguiu voltar ao trabalho desde o acontecido”, completou.

Agora, a polícia irá ouvir as testemunhas que estavam no local e recolher as imagens de maneira oficial.

A Polícia Civil afirmou que o homem não possui antecedentes criminais.

Caso ele seja condenado, a pena por importunação sexual pode chegar até 5 anos de detenção.

Afastada do trabalho

Por causa da grande repercussão do caso e das críticas que sofreu, a frentista está afastada do trabalho por orientação médica.

“Eu estou três dias de atestado, me abalei muito. Fui procurar um profissional porque repercutiu muito. Estou com receio, é posto, tem movimento intenso, não estou preparada para isso. As pessoas me criticam, dizem que eu conhecia e aceitava bala dele, que eu errei em denunciá-lo porque ele tem problemas.”

Segundo os familiares do homem, ele tem problemas psicológicos.

Mesmo assim, para a frentista, ele não deveria ter a assediado.

“Ele deve ter familiares, algum tutor, então devem ajudá-lo. Isso não justifica ele andar por aí e fazer o que tem vontade. O corpo é meu”, frisou.

A frentista ainda afirmou que se sentiu acolhida pela Polícia Civil no momento de registrar a notícia-crime.