Repetindo a estética do vídeo viral sobre as mudanças no Pix, o deputado federal Nikolas Ferreira publicou uma gravação na terça-feira, 6, a respeito do suposto esquema de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que lesou aposentados e pensionistas e pode ter causado o prejuízo de R$ 6,3 bilhões.
De camiseta preta e calça jeans escura, o parlamentar de oposição afirmou que este é o “maior escândalo da história do Brasil”, acusou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de não ter adotado medidas para apurar os desvios e defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — cuja gestão foi atravessa pelas fraudes, segundo as investigações da Polícia Federal.
“E é claro, vão espalhar a narrativa de que tudo começou no governo anterior. E já percebeu que no governo passado, tudo era culpa só do presidente? E nesse governo, nada é culpa do presidente?”, perguntou o deputado.
Conforme as apurações da Polícia Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União), os descontos ilegais nos benefícios de aposentados e pensionistas tiveram início em 2016. A questão, no entanto, entrou no radar em 2018, mas disparou a partir de 2023.
Na gravação, Nikolas afirmou que Bolsonaro teria agitado para tentar resolver o problema propondo a MP (Medida Provisória) 871, para fazer com que houvesse retaliação dos descontos.
Em 2019, o governo Bolsonaro sancionou uma MP que previa a autorização anual para que associações fizessem descontos nos benefícios dos segurados pelo INSS, desde que demonstrassem que os aposentados e pensionistas filiados estavam de acordo. Depois, o Congresso aumentou o prazo para três anos e, em seguida, derrubou a obrigatoriedade.
Usando uma trilha sonora de suspensa, Nikolas Ferreira pediu “ajuda” aos seguidores para pressionarem os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), respectivamente, para que seja instalada uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar o esquema fraudulento.
No final da gravação, o deputado federal “envelheceu” e disse: “Para chegar aqui diferente, a gente precisa fazer algo diferente agora. Porque o partido que prometeu cuidar do povo, um presidente que se colocou como o pai dos pobres, acabou explorando quem eles mais juraram defender. Mas eles só chegaram lá porque muitos acreditaram neles”.