A Nike anunciou nesta sexta-feira o fechamento do grupo de treinamentos que era dirigido por Alberto Salazar após ele ser suspenso por quatro anos em razão do envolvimento com doping. Ao mesmo tempo, a gigante do material esportivo manteve o seu apoio ao técnico de atletismo.

Na semana passada, a Agência Antidoping dos Estados Unidos considerou Salazar culpado pela condução de experimentos com suplementos e testosterona – se buscava descobrir quanto tempo levava para que as substâncias não aparecessem em exames antidoping -, além de traficar testosterona. O veredicto não envolveu diretamente os corredores do Projeto Oregon da Nike. Mas a empresa tomou a decisão de cancelar o programa, que começou em 2001.

Salazar, de 61 anos, negou repetidamente estar envolvido em esquemas de doping. A Nike apoia sua intenção de recorrer da sanção. Enquanto isso, ele não poderá treinar e sua credencial foi revogada no meio do Mundial de Atletismo na semana passada.

“Esta situação com insinuações sem fundamento e afirmações não corroboradas se tornou um fardo injusto para os atuais atletas do OP (as iniciais do projeto em inglês)”, disse a Nike, nesta sexta-feira, em comunicado. “Isso vai contra o objetivo da equipe. Então tomamos a decisão de encerrar o Projeto Oregon, para que os atletas possam se concentrar em suas necessidades de treinamento e competição”.

Os atletas do Projeto Oregon incluíam Donovan Brazier, o primeiro norte-americano a ganhar o título mundial dos 800 metros, e Sifan Hassan, a holandesa que na semana passada se tornou a primeira mulher que conquistou a vitória nos 1.500m e 10.000m em um mesmo campeonato mundial ou Jogos Olímpicos. “Ajudaremos todos os nossos atletas nessa transição escolhendo o melhor treinamento para eles”, disse a Nike.

A Maratona de Chicago será no domingo, e o Projeto Oregon tinha dois corredores na competição: Jordan Hasay e Galen Rupp, junto a Mo Farah, que foi dirigido por Salazar até 2017.

A Nike também fechou o portal da internet do Projeto Oregon, que detalhava como Salazar e Tom Clarke fundaram o programa em 2001, depois de criticarem os maus resultados de atletas norte-americanos nas provas de fundo. Clarke é o atual presidente de inovação da Nike.