Autoridades da Nigéria determinaram que militares suspendam ataques contra militantes que têm danificado a infraestrutura petrolífera do país e desejam negociar com os rebeldes. A informação foi divulgada pelo governador do Estado do Delta, Ifeanyi Okowa.

A decisão foi tomada após uma reunião com autoridades militares, governadores estaduais e o ministro do Petróleo, Ibe Kachikwu. Segundo o governador, o ministro pediu que o grupo Vingadores do Delta do Níger entregue suas armas e aceite dialogar. Kachikwu afirmou que os militares continuarão a fazer patrulhas na área, no sul do país, mas interromperão outras operações. Líderes comunitários têm criticado a campanha militar no Delta do Níger e acusam soldados de atacar civis inocentes. Milhares de pessoas fugiram dos distúrbios.

A suspensão dos ataques ocorre dias após um novo grupo, autointitulado Força Conjunta de Liberação do Delta do Níger, ameaçar ataques contra o governo e os escritórios da companhia petrolífera em Abuja e Lagos, capital comercial do país, para destruir a infraestrutura “construída com o dinheiro do nosso petróleo e gás”.

Na semana passada, o presidente Muhammadu Buhari cancelou uma visita à região, após os Vingadores do Delta do Níger ameaçarem assassiná-lo. Buhari, que está em Londres para tratar uma infecção no ouvido, lançaria uma operação de limpeza no sul, adiada há décadas. A poluição que prejudica a agricultura e a pesca destruiu o meio de subsistência para centenas de milhares de pessoas, na empobrecida região que responde por 80% da receita do governo.

Os ataques nos últimos meses acabaram com anos de relativa paz no Delta do Níger e cortaram pela metade a produção de petróleo nigeriana, para a casa de 1 milhão de barris por dia, além de fechar alguns dos maiores terminais de exportação de petróleo do país. A Nigéria, nesse quadro, perdeu para Angola o posto de maior produtora de petróleo da África.

Os militantes desejam uma parcela maior da riqueza petrolífera para o Delta do Níger ou ameaçam trabalhar pela secessão do país. Eles também criticam o fato de que o governo recuou de um programa de anistia de 2009, que pagava 30 mil militantes para tomar conta das instalações petrolíferas que eles antes atacavam. Fonte: Associated Press.