Nigéria: falta de planejamento do governo afeta produção de cacau, diz Associação

Ibadan, Nigéria, 15/06 – A produção de cacau na Nigéria está estagnada pela falta de um melhor planejamento por parte do governo, que não consegue apontar o caminho para o crescimento sustentável, afirma Sayina Riman, presidente da Associação de Cacau da Nigéria (CAN, na sigla em inglês). “Um plano é necessário para que o setor privado possa liderar o crescimento do setor, mudando completamente a maneira como o mercado trabalha atualmente”, afirmou Riman. “O governo deve facilitar o processo, mas é preciso de um plano definido.” O executivo avalia ser necessária a compilação de dados sobre os produtores, contemplando idade, atração e retenção de jovens, condições e técnicas de recuperação do solo. Os dados também deveria observar a qualidade e disponibilidade de insumos, crédito, além de suporte aos produtores para garantir o aumento da produção. O governo do presidente Goodluck Jonathan afirmou que iria impulsionar o setor agrícola do país, especialmente lavouras de alta rentabilidade, como o cacau, para diversificar a economia e reduzir a dependência do petróleo. A CAN, entretanto, afirma que o governo, empossado desde o ano passado, ainda não apresentou nenhum plano. “Existe uma falta de engajamento junto aos stakeholders, falta transparência e um plano definido”, diz Riman. “O governo faz declarações sobre o mercado de cacau, mas ninguém procurou nossa Associação para falar sobre maneiras de impulsionar o setor.” As lavouras de cacau na Nigéria produzem, em média, cerca de 155 quilos de cacau por acre, o que torna o país um dos menos eficientes do mundo, aponta o executivo. Ele acredita que a produção tem potencial para avançar 30% em três anos, caso seja aplicada uma política apropriada, com incentivos e planejamento. Atualmente, a Nigéria produz cerca de 300 mil toneladas da amêndoa por ano, conforme dados da CAN. Fonte: Dow Jones Newswires.