Um tribunal nigeriano determinou que a Royal Dutch Shell e a Eni abram mão do controle de um grande bloco de exploração de petróleo offshore em meio a uma investigação de como elas adquiriram esse ativo por mais de US$ 1 bilhão, informaram autoridades da Nigéria. A decisão é a mais recente na saga que há anos se arrasta por tribunais no Reino Unido, na Itália e na Nigéria em um suposto escândalo de corrupção que envolve as duas gigantes petroleiras e autoridades e empresários do país africano. A Shell não quis comentar o assunto. A Eni disse estar ciente dos relatos sobre a decisão judicial, mas que não recebeu notificação. A empresa italiana nega qualquer irregularidade na compra. Promotores italianos disseram em registros investigativos que executivos da Eni e da Shell estariam envolvidos em um esquema de corrupção para comprar o bloco de exploração. Nenhuma acusação foi apresentada. As duas companhias adquiriram o controle do bloco em 2011, após o pagamento de US$ 1,3 bilhão. O negócio envolve uma disputa de uma década entre o governo nigeriano, a Shel e a Malabu Oil and Gas, uma companhia nigeriana de um ex-ministro do Petróleo, Dan Etete. A Malabu recebeu o controle do bloco no fim dos anos 1990, quando o país era uma ditadura militar. A Shell e a Eni pagaram o governo nigeriano, mas boa parte do montante foi depois transferido para a empresa de Etete e usado para pagar propinas para executivos e autoridades da Nigéria, segundo a investigação italiana. A Comissão de Crimes Econômicos e Financeiros da Nigéria afirmou que a Shell e a Eni deveriam perder a licença e que esta ficará com o governo local durante as investigações. As unidades das duas empresas no país poderiam enfrentar acusações de conspiração, suborno, corrupção de funcionários e lavagem de dinheiro. Nesse caso, a estatal Nigerian National Petroleum Corp. (NNPC) deve ficar como responsável por gerenciar a licença do negócio. Fonte: Dow Jones Newswires.