O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, é um “criminoso” que lidera uma “ditadura”, acusou o líder da oposição, Leopoldo López, nesta terça-feira (27), em seu primeiro ato público em Madri, após deixar seu país no fim de semana.

“Está claro que a Venezuela é uma ditadura e ninguém hoje tem dúvidas de que Maduro é um criminoso, ele é um assassino”, disse López em entrevista coletiva, evocando um relatório da ONU apresentado em setembro que vincula Maduro a possíveis “crimes contra a humanidade”.

Afirmando que do exterior continuará a promover “eleições presidenciais livres” na Venezuela, López afirmou que é “responsabilidade dos venezuelanos, mas também do mundo livre (…) fazer o que for possível para libertar a Venezuela”.

O líder da oposição, de 49 anos, afirmou estar com “o coração partido” por ter deixado a Venezuela, mas guarda a “convicção de que vamos voltar (…) a uma Venezuela livre”.

O opositor chegou a Madri no domingo após deixar clandestinamente a Venezuela, onde foi condenado a cerca de 14 anos de prisão em 2015, acusado de incitar à violência em protestos contra o presidente Nicolás Maduro, que deixaram 43 mortos e milhares de feridos.

Em 2017, López foi para prisão domiciliar. Em 30 de abril de 2019, foi libertado por seus captores para participar de um levante militar fracassado junto ao seu padrinho político, o líder parlamentar Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por aproximadamente cinquenta países, incluindo a Espanha.

Após o fracasso da operação, o carismático ex-prefeito do rico município de Chacao, em Caracas, refugiou-se na residência do embaixador espanhol na capital venezuelana, onde permaneceu por 18 meses até sua fuga no último fim de semana.

Em Madri, voltou a se encontrar com o pai, o eurodeputado espanhol Leopoldo López Gil, sua esposa, Lilian Tintori – que chegou à cidade espanhola em junho de 2019 – e seus três filhos.