A Nicarágua anunciou nesta sexta-feira (1º) que apresentou uma ação contra a Alemanha perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ), sediada em Haia, por “violações” da Convenção sobre o Genocídio ao apoiar Israel em ações contra os palestinos.

“O Governo (…) informa ao Povo da Nicarágua e à comunidade internacional que hoje apresentou uma ação perante a Corte Internacional de Justiça contra a República Federal da Alemanha por violações da Convenção sobre Prevenção e Punição do Crime de Genocídio”, disse em comunicado publicado no portal oficial El 19 Digital.

O conflito foi desencadeado em 7 de outubro, quando comandos islamistas palestinos do Hamas mataram cerca de 1.160 pessoas no sul de Israel, a maioria civis, e sequestraram outras 250, segundo um levantamento da AFP com base em dados israelenses.

Israel reagiu atacando a Faixa de Gaza, onde o número total de mortos chega a 30.228, de acordo com o Ministério da Saúde do território.

“A Alemanha tem fornecido apoio político, financeiro e militar a Israel, sabendo, no momento da autorização, que o equipamento militar seria usado para cometer violações graves do direito internacional”, argumentou o governo do presidente Daniel Ortega.

A Nicarágua enviou, em 2 de fevereiro, uma nota diplomática à Alemanha “instando seu governo a interromper imediatamente o fornecimento de armas” a Israel, acrescentou.

“A Alemanha continua ignorando suas obrigações e facilitando ativamente as violações das normas do direito internacional por parte de Israel, em detrimento grave e imediato do povo palestino, em particular dos habitantes de Gaza, e da comunidade internacional”, apontou.

Em janeiro, a Nicarágua pediu a Haia para ser admitida como parte do processo iniciado pela África do Sul em dezembro contra Israel por supostamente violar a Convenção sobre o Genocídio.

“A Alemanha não pode negar seu conhecimento da grave ilegalidade da conduta de Israel, nem pode negar que seu conhecimento gerou obrigações para a Alemanha nos termos do direito internacional para prevenir o genocídio”, afirmou Manágua.

bur-fj/dg/ic/yr