Nicarágua e China anunciaram na quarta-feira (30) a assinatura, durante uma cerimônia virtual, de um Tratado de Livre Comércio (TLC) que pretende aumentar o volume de negócios entre os países, que estabeleceram relações diplomáticas em 2021.

“Em uma cerimônia virtual, a Nicarágua e a República Popular da China fazem história com a assinatura do Tratado de Livre Comércio”, publicou o portal ‘El 19 Digital’, do governo do presidente nicaraguense de Daniel Ortega.

O instrumento comercial, acrescenta a nota, “permitirá um intercâmbio comercial e econômico maior e melhor entre as nações”.

O jornal estatal China Daily, que citou o ministério do Comércio como fonte, confirmou a assinatura do acordo nesta quinta-feira “após um ano de negociações”.

“A assinatura do TLC representa um marco importante nas relações econômicas e comerciais bilaterais entre China e Nicarágua”, acrescentou o ministério, segundo o China Daily.

Os governos não divulgaram detalhes sobre o teor do TLC, nem sobre os produtos incluídos no tratado.

Os principais nomes na cerimônia de assinatura foram o ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, e o conselheiro da presidência nicaraguense para investimentos, comércio e cooperação internacional, Laureano Ortega Murillo, filho do presidente e da vice-presidente Rosario Murillo.

Ortega Murillo disse que a assinatura do TLC “abre as portas a um enorme mercado” e permitirá ao país estabelecer vínculos “com as empresas e empresários deste país irmão” para gerar investimentos, empregos e transferência de tecnologia da China para a Nicarágua.

Nicarágua e República Popular da China iniciaram as negociações comerciais em 2022, pouco depois do anúncio do Acordo de Colheita Antecipada, considerado um passo prévio para o TLC.

O pacto, que entrou em vigor em maio, já introduzia alguns produtos que poderiam transitar sem a cobrança de tarifas entre os dois países.

Nicarágua e China restabeleceram relações diplomáticas em 2021, depois que Manágua cortou as ligações com Taiwan.

Desde então, as duas nações assinaram memorandos de entendimento para promover investimentos chineses no país da América Central.

Pequim considera Taiwan parte de seu território, que pretende recuperar inclusive com o uso da força se considerar necessário.

Nos últimos anos, as autoridades chinesas aumentaram a pressão diplomática contra Taiwan, em particular na América Central, onde privou a ilha de quase todos os aliados.

O caso mais recente de mudança de lado aconteceu em março com Honduras, país com o qual a China também negocia um TLC.

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