No âmbito de uma “parceria estratégica”, o governo de Daniel Ortega concordou em aumentar suas relações com a China, que rejeitou “as interferências estrangeiras” na Nicarágua, conforme declaração conjunta divulgada nesta quarta-feira (20) em meios oficiais.

Na terça-feira (19), o presidente chinês, Xi Jinping, conversou por telefone com seu homólogo nicaraguense, Daniel Ortega, a fim de avaliar suas trocas bilaterais após o restabelecimento das relações diplomáticas em 2021.

“Os dois chefes de Estado reconheceram plenamente os avanços positivos alcançados nos tópicos como confiança política mútua, cooperação prática e solidária em diversas áreas e colaboração em fóruns multilaterais durante os últimos dois anos”, indicou a declaração.

Desde quando a Nicarágua rompeu relações com Taiwan, a segunda maior economia mundial tem apoiado o governo nicaraguense – que enfrenta sanções e condenações dos Estados Unidos e países europeus após os protestos de 2018 contra Ortega. Segundo organizações de direitos humanos, esses eventos resultaram em mais de 300 mortos.

A China “apoia firmemente a Nicarágua na defesa da independência, soberania, autodeterminação, segurança e interesses de desenvolvimento (…) e rejeita categoricamente as interferências estrangeiras nos assuntos internos da Nicarágua”, acrescenta a declaração.

Os dois governos fortalecerão “as trocas e a cooperação” em matéria de segurança e de tecnologia.

O governo e empresas chinesas participarão da construção de habitações populares, projetos de infraestrutura rodoviária, aeroportuária, ferroviária e energética.

A Nicarágua também pretende estabelecer um plano de tecnologia 5G com a empresa chinesa Huawei, acusada por Washington de espionar para Pequim.

Na América Central, apenas Guatemala e Belize mantêm relações diplomáticas com Taiwan.

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