Começa nesta quinta-feira a 103ª temporada da Liga de Futebol Americano (NFL). O atual campeão, Los Angeles Rams, enfrenta o grande favorito para este ano, Buffalo Bills, no SoFi Stadium, na Califórnia, palco do último Super Bowl. O jogo de abertura terá transmissão ao vivo pelos canais ESPN, às 21h20.

Seguindo uma tendência iniciada há 15 anos, o esporte mais americano que existe terá jogos também em palcos internacionais – e em mais países do que nunca. Serão três partidas na Inglaterra, uma no México e uma na Alemanha, que pela primeira vez verá equipes profissionais do futebol americano nos gramados do Campeonato Alemão.

No dia 13 de novembro, o gramado da Allianz Arena, em Munique, será pintado com as listras que demarcam jardas para o embate entre Seattle Seahawks e Tampa Bay Buccaneers, time capitaneado pelo quarterback Tom Brady, considerado o maior da história e famoso no Brasil por ser marido da modelo Gisele Bündchen.

“Estamos muito empolgados com a realização de cinco jogos fora dos Estados Unidos”, declarou ao site oficial da liga o vice-presidente executivo de eventos da NFL, Peter O’Reilly. “Temos o compromisso contínuo de fazer crescer o esporte internacionalmente. Nossos fãs na Alemanha, México e Reino Unido poderão ver as maiores estrelas do futebol americano e desfrutar de uma série incrível de eventos.”

A série de jogos internacionais da NFL começou timidamente em 2007, com uma partida disputada entre New York Giants e Miami Dolphins no estádio de Wembley. Desde então, outros 29 jogos foram realizados em solo britânico, além de três no estádio Azteca, no México.

A inclusão da Alemanha, em 2022, sinaliza a estratégia cada vez mais ambiciosa da NFL mundo afora. Este ano, ela estabeleceu uma espécie de divisão internacional de mercado, com 18 equipes recebendo sinal verde para usar a estrutura de divulgação e marketing da liga na venda de produtos e eventos em 10 países, incluindo o Brasil, que se tornou um domínio exclusivo do Miami Dolphins.

A internacionalização faz sentido. Todos os jogos anunciados para Londres tiveram seus ingressos esgotados em dois dias, com nove meses de antecedência, a um preço mínimo de 64 euros (cerca de R$ 380) no estádio do Tottenham e 44 euros (R$ 261) em Wembley. Segundo dados fornecidos pela NFL, apenas 3% dos que compraram as entradas são americanos, enquanto 82% são britânicos e 15% de outros países.

Até a Olimpíada está nos planos da liga norte-americana. Em 2021, ela passou a apoiar fortemente a candidatura do futebol à condição de esporte olímpico nos Jogos de 2028, em Los Angeles. O futebol é uma versão do futebol americano com contato físico atenuado, que pode ser jogado sem equipamentos de proteção, e que já tem confederações estabelecidas em 74 países.

A inclusão dessa modalidade seria uma conquista paralela à do rúgbi, que nos jogos do Rio, em 2016, conseguiu emplacar sua versão compacta, o rúgbi de sete.

No último torneio mundial de futebol, realizado em dezembro de 2021, em Israel, os Estados Unidos sagraram-se campeões tanto no masculino quanto no feminino. E a equipe feminina do Brasil se destacou, terminando em quarto lugar, o que aumenta as esperanças de mais medalhas olímpicas ao país a partir de 2028.

Astros da NFL têm apoiado a modalidade e a liga entrou de cabeça na iniciativa olímpica. “Seria um relacionamento poderoso para ambas as partes”, declarou Peter O’Reilly em entrevista ao site Sports Business Journal, referindo-se às vantagens comerciais de uma parceria entre NFL e o Comitê Olímpico Internacional (COI).

Nos Estados Unidos, mesmo com a pandemia, a NFL segue endinheirada. O faturamento médio de cada uma das 32 equipes no ano passado foi de US$ 345 milhões, somando direitos de TV, merchandising e royalties. Isso é 16% a mais que o valor registrado em 2019, antes do surgimento do coronavírus.

A liga também permanece soberana em termos de popularidade. A pesquisa mais recente, realizada no final de 2021 pelo instituto Ampere Analysis, mostrou que 70% dos americanos dizem gostar de ver regularmente os jogos de futebol americano da NFL na TV, contra 61% para o basquete da NBA e 57% para o beisebol (MLB).

Popularidade que também tem crescido no Brasil. Segundo o Ibope Repucom, o número de brasileiros que declaram ter algum interesse no futebol americano cresceu 117% entre 2016 e 2021, passando de 15,2 milhões a 33 milhões de pessoas.

Isso estimulou a entrada da Rede TV na briga pela audiência dos jogos da NFL. A emissora transmitiu o último Super Bowl e adquiriu para este campeonato os direitos de transmissão na TV aberta. Durante a temporada regular, exibirá compactos nas noites de domingo. Para os playoffs, em janeiro de 2023, promete partidas ao vivo.

Na TV por assinatura, os direitos de transmissão continuam exclusivos dos canais esportivos da Disney (ESPN), com uma média de sete partidas ao vivo por semana e algumas transmissões feitas com equipe in loco, diretamente dos Estados Unidos.

O Super Bowl, a grande final do campeonato, está confirmada tanto na ESPN quanto na Rede TV. Acontece dia 12 de fevereiro de 2023, no State Farm Stadium, em Glendale, no Arizona.