Há quatro anos, o Brasil perdia nova chance de conquistar o ouro olímpico, derrotado pelo México na final, em Londres. Neste sábado, no Rio de Janeiro, a oportunidade de conquistar o título inédito surge novamente, mas a seleção, sob a liderança de Neymar, precisará se vingar da temida Alemanha.

É verdade que uma vitória sobre a equipe olímpica alemã, repleta de jogadores sub-23, não terá o mesmo peso do que se os adversários fossem os comandados do técnico Joachim Low, responsáveis pelo fatídico 7 a 1, mas ajudaria a cicatrizar parte da ferida aberta na Copa do Mundo de 2014 e a amenizar a crise de resultados e de identidade que vive o futebol do Brasil.

Para isso, o técnico Rogério Micale conta com um trunfo: o craque Neymar.

O atacante do Barcelona, maior nome do futebol nos Jogos Rio-2016, não teve o nome manchado pela histórica goleada sofrida diante dos alemães no Mundial, porque não estava em campo devido à lesão na coluna sofrida na partida anterior, contra a Colômbia, pelas quartas de final.

Em meio aos sentimentos de vergonha e humilhação pós-Copa, um fio de esperança no torcedor brasileiro nascia de uma dúvida: e se Neymar tivesse jogado?

A pergunta nunca terá resposta, já que são times diferentes, disputando um torneio diferente em um cenário diferente, mas Neymar estará em campo no Maracanã, após trilhar junto com a seleção um caminho que não foi só de flores nos Jogos Rio-2016.

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Tida como favorita ao ouro, a seleção, repleta de promessas do futebol brasileiro e com um ataque formidável no papel, com Gabriel Jesus e Gabigol fazendo a linha de frente ao lado de Neymar, teve início assustador de competição.

Nos dois primeiros jogos, dois empates sem gol contra as fraquíssimas equipes da África do Sul e Iraque que renderam duras críticas ao time e principalmente a Neymar, convocado para guiar os jovens rumo ao ouro.

Os insucessos obrigaram Micale a mexer na equipe e a seleção acabou encontrando sua formação ideal. Entra Luan, sai Filipe Anderson. Entra Wallace, sai Thiago Maia.

Com os dois jogadores do Grêmio na equipe titular, o Brasil se mostrou muito mais coeso e o ataque menos isolado. O resultado foram três vitórias animadoras: 4 a 0 sobre a Dinamarca para garantir a vaga, 2 a 0 sobre a Colômbia, pelas quartas de final, e impressionantes 6 a 0 diante de Honduras no Maracanã, palco da final deste sábado.

Alemanha descarta 7 a 1

No espaço de uma semana, as críticas deram lugar aos elogios, as dúvidas foram substituídas por certezas. Agora, resta apenas uma partida, contra a temida algoz, valendo o inédito ouro olímpico.

Do lado alemão, a ordem é desassociar a seleção olímpica do 7 a 1.

“Este resultado não me interessa”, sentenciou o técnico Horst Hrubesch. “São duas equipes diferentes. Aqui o importante é que estamos na final, é o nosso sonho”.

De fato, são duas equipes diferentes. O único atleta que estava no Mineirão em 8 de julho de 2014 e que estará no Maracanã neste sábado é o zagueiro Matthias Ginter, campeão do mundo com a Alemanha, mas sem entrar em campo. Agora, é titular do time olímpico.

Assim como o Brasil, a Alemanha não teve início de Jogos Rio-2016 animador, mas acabou na final graças à força de sua camisa e um esquema tático parecido com o da seleção principal de Low, baseado no jogo coletivo, troca de passes e controle da partida.

Na fase de grupos, dois empates com México e Coreia do Sul e uma goleada previsível sobre Fiji (10-0), o que lhe valeu a segunda vaga no mata-mata. Nas quartas, triunfo sobre Portugal. A Nigéria foi seu último desafio para chegar à final e a vitória de (2-0) deu o direito aos alemães tentaram novamente destruir os sonhos brasileiros.


Prováveis escalações:

Brasil: Weverton – Zeca, Marquinhos, Rodrigo Caio, Douglas Santos – Walace, Renato Augusto, Neymar – Luan, Gabriel Jesús e Gabriel Barbosa. Técnico: Rogério Micale.

Alemanha: Timo Horn – Jeremy Toljan, Matthias Ginter, Niklas Suele, Lukas Klostermann – Sven Bender – Julian Brandt, Lars Bender, Maximilian Meyer, Serge Gnabry – Davie Selke. Técnico: Horst Hrubesch

am/mvv


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