Em jogo morno e de pouco brilho de seus talentos individuais, o Brasil venceu a Arábia Saudita por 2 a 0, nesta sexta-feira em amistoso disputado em Riade, uma atuação que faz a Seleção chegar com dúvidas ao clássico de terça-feira contra a Argentina, o primeiro teste desse novo ciclo.

A única nota positiva da partida para os comandados de Tite foi Neymar. O capitão do time se mostrou mais ligado em campo que os companheiros, correu com vontade durante o jogo todo e foi responsável pelas criação das duas jogadas que originaram os gols do Brasil.

Aos 43 minutos de jogo, Neymar deixou Gabriel Jesus na cara do gol para que o atacante do Manchester City acabasse com o jejum de gols de cinco jogos com a Seleção e, nos acréscimos (90+6), cobrou escanteio na medida para que Alex Sandro selasse a vitória brasileira de cabeça.

O Brasil volta a campo nesta terça-feira para enfrentar a Argentina, em Jeddah, num amistoso que será o primeiro grande teste do novo ciclo da Seleção sob o comando de Tite, de olho na Copa América em casa do ano que vem.

– Preguiça –

No todo, a atuação da seleção brasileira pode se resumir a uma palavra: preguiçosa. Diante de um adversário frágil, mas motivado por sua torcida a fazer frente aos pentacampeões do mundo, o Brasil pecou pela falta de velocidade e de ambição.

O jogo, porém, começou com a Seleção dando pinta de que golearia com facilidade os anfitriões sauditas, com Renato Augusto, Gabriel Jesus e Neymar perdendo boas chances de abrir o placar, isso antes dos 15 minutos de jogo.

Mas, depois do goleiro saudita Al Owais fazer defesa espetacular em cabeçada de Jesus (25 minutos), em cruzamento de Neymar, o Brasil diminuiu drasticamente o ritmo do jogo, se contentando em tocar a bola no meio de campo sem objetivo.

Assim, a partida ficou monótoma, já que a Arábia Saudita mal chegava à área brasileira, exigindo pouco das novidades escaladas por Tite, como o zagueiro Pablo, o lateral Alex Sandro e o goleiro Ederson.

Com os meias Fred -outra novidade na equipe titular- e Coutinho apagados em campo, coube a Neymar aparecer para forçar a abertura do placar.

A dois minutos do intervalo, o craque do PSG arrancou com a bola do meio de campo e tocou na medida para Gabriel Jesus tocar por baixo do goleiro Al Owais.

– Mudanças não surtem efeito –

Não satisfeito com a atuação brasileira, Tite conseguiu dar um pouco mais de dinamismo ao ataque com a entrada de Lucas Moura no lugar de Fred no intervalo.

Em seus primeiros toques na bola, o atacante do Tottenham roubou bola perigosa no ataque e foi derrubado na área saudita (48), um lance ignorado pela arbitragem, e perdeu chance cara a cara com o goleiro Al Owais (51), após lindo passe de Neymar.

Mas, assim como no primeiro tempo, o Brasil voltou a se render à falta de competitividade do adversário, permitindo que o ritmo da partida caísse, apesar do esforço de Neymar, que chegou a acertar a trave saudita em chute colocado de fora da área (55).

Nem as muitas alterações, como as entradas de Arthur, Wallace e Richarlison, foram capazes de acordar um sonolento Brasil.

Nos minutos finais, o VAR entrou em campo para dar um pouco de emoção ao jogo, ajudando o árbitro a expulsar Al Owais por interceptar com a mão fora da área um chute de Richarlison (82).

Na última bola do jogo, Neymar cobrou escanteio na medida para Alex Sandro, de cabeça, fechar a conta.

Um gol que não pode ajudar a esconder os defeitos apresentados pela Seleção em Riade, isso a quatro dias do clássico sul-americano contra uma Argentina que, sem Lionel Messi, tentará provar que seu processo de reformulação está no caminho certo.

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