Coordenador de seleções da CBF, Edu Gaspar admitiu na noite desta segunda-feira que errou ao tratar Neymar como “menino” em criticada entrevista coletiva ao fim da Copa do Mundo e explicou que o atacante foi escolhido para ser o único capitão da seleção brasileira para ganhar maturidade dentro da equipe do técnico Tite.

“Não é à toa que hoje o Neymar é o capitão da seleção brasileira. Ele já vinha exercendo uma liderança dentro do grupo, desde o primeiro dia na seleção. Talvez ele não mostrasse isso tanto a vocês [jornalistas], mas dentro isso acontecia”, justificou Edu Gaspar, em entrevista ao programa “Bem, Amigos”, do Sportv.

Na avaliação do coordenador de seleções da CBF, a escolha foi natural. “Acabou a Copa, nos reunimos para iniciar um novo ciclo e decidimos dar a capitania a um atleta que já exerce a liderança. E é uma oportunidade para que ele dê um passo à frente. Vamos dar a responsabilidade para assumir o tamanho que ele tem, assumir dar uma coletiva. E ele está preparado para isso. O Tite teve uma conversa prévia de mais de uma hora com ele. Não sei se vocês sabiam e o Neymar se colocou à disposição para assumir essa responsabilidade”.

De acordo com Edu Gaspar, pesou também para a decisão o fato de Neymar ter qualidade para permanecer no time titular da seleção a longo prazo, para disputar a Copa do Mundo de 2022, no Catar. “Pensando a curto, médio e longo prazo, até a Copa, qual atleta que poderá estar conosco a maior parte do tempo? O atleta que atinge esse curto, médio e longo prazo é o Neymar, que pode ou vai estar conosco até o final desse ciclo.”

Criticado por sua postura dentro de campo, Neymar chegou a se tornar alvo de piadas nas redes sociais durante a Copa do Mundo da Rússia em razão das frequentes quedas no gramado. Adversários apontaram exagero e fingimento nas reações do atacante brasileiro, que se manteve como assunto mesmo após a eliminação do Brasil nas quartas de final, diante da Bélgica.

Pouco mais de um mês depois do Mundial, a seleção voltou a campo para disputar dois amistosos, contra Estados Unidos e El Salvador, em solo norte-americano. E Tite surpreendeu ao anunciar que Neymar passaria a ser o único capitão da equipe. Até então, o treinador vinha fazendo revezamento entre alguns titulares.

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“PALAVRA EQUIVOCADA” – Edu Gaspar admitiu que cometeu erro ao tratar Neymar como “menino” na coletiva que concedeu após a queda do Brasil na Copa. Na ocasião, o coordenador de seleções disse que o atacante sofria demais. “Não é fácil ser Neymar. É difícil estar na pele dele. Chegar a dar pena em alguns momentos porque o que esse menino sofre não é fácil”, declarara Gaspar, na ocasião.

Na noite desta segunda, o dirigente reconheceu o erro. “Quando eu saí da coletiva pós-Copa realmente eu usei uma palavra equivocada, errei da forma que eu me dirigi ao ‘menino’. Tentei me corrigir na hora, foi um erro de momento e assumo”, afirmou Edu Gaspar, que manteve o discurso.

“E outra coisa que também assumo é a dificuldade de ser Neymar no contexto de seleções, não nas questões econômica e social, mas no contexto de seleções. Eu convivo há dois anos e meio como coordenador e o Neymar não deu um trabalho a nós. Quando eu falo que é difícil ser Neymar em alguns momentos é porque tem muita coisa que acontece que não é fácil, assim como não é fácil ser Tite. A representatividade deles é muito grande”, argumentou.

Por fim, ele revelou que o atacante da seleção foi repreendido pela postura dentro de campo. “Claro que teve, mas não dá para toda hora estar expondo tudo. Obviamente, conversamos com todos sobre todos os assuntos, não só com Neymar, mas com todos os jogadores. O Tite é muito cuidadoso quanto a isso.”


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