Dois anos depois do fatídico 7-1, quatro anos depois do frustrante vice-campeonato olímpico nos Jogos de Londres, a tão sonhada medalha de ouro da seleção masculina veio neste sábado, no Maracanã, dos pés de Neymar, grande ídolo do futebol nacional.

O craque do Barça já tem uma legião de fãs, mas o país ganhou outro grande herói nessa Olimpíada disputada em casa: o baiano Isaquias Queiroz, de 22 anos, que se tornou o primeiro atleta do país a subir três vezes ao pódio em uma única edição do Jogos.

As duas primeiras medalhas saíram em provas individuais, com a prata no C1 1000 e o bronze no C1 200.

Em dupla com Erlon de Souza, o fenômeno da canoagem conquistou mais uma prata, no C2 1000, garantindo assim que o Brasil iria superar as 17 medalhas de Londres-2012, o maior total da história, antes mesmo do ouro do futebol, que foi o sexto nesta edição, outro recorde, superando Atenas-2004.

Mais tarde neste sábado, ainda houve uma grata surpresa, com o bronze de Maicon Andrade na categoria acima de 80 kg do taekwondo, a segunda da história do país na modalidade, repetindo o feito alcançado oito anos antes por Natália Falavigna, em Pequim.

Desta forma, o Brasil fechou o penúltimo dia dos Jogos com 18 medalhas. Ainda haverá a 19ª no domingo, com a final do vôlei masculino entre Brasil e Itália.

Será a quarta decisão seguida para a seleção comandada por Bernardinho, que sonha em repetir o ouro de Atenas-2014 e deixar para trás a desilusão dos vice-campeonatos de Pequim-2008 e Londres-2012.

– A FAÇANHA

Ao conquistar três medalhas em cinco dias, Isaquias Queiroz entrou para a história do esporte brasileiro. Com a segunda, ele já tinha entrado no seleto grupo dos atletas que subiram duas vezes ao pódio na mesma Olimpíada. Neste sábado, o baiano superou os nadadores César Cielo (ouro e bronze em Pequim-2008) e Gustavo Borges (prata e bronze em Atlanta-1996) e os atiradores Guilherme Paraense (ouro e bronze na Antuérpia-1920) e Afrânio da Costa (prata e bronze na Antuérpia-1920). O ‘fenômeno’ não pretende parar por aí: aos 22 anos, ele ainda tem muitos ciclos olímpicos pela frente. Se continuar nesse ritmo, pode se tornar o maior medalhista da história do país logo na próxima edição, em Tóquio-2020, onde terá a possibilidade de igualar ou até superar os velejadores Torben Grael e Robert Scheidt, que somam cinco cada.

– A DECEPÇÃO

O ouro no futebol masculino em pleno Maracanã lavou a alma do torcedor, mas foi triste ver acontecer neste sábado as finais do handebol e vôlei feminino sem presença brasileira, apesar de ambas as seleções terem começado muito bem no torneio.

-AS FRASES

“Fico muito feliz por meu nome entrar no livro dos recordes do esporte brasileiro, mas a verdade é que não depende só de mim. A minha equipe toda está de parabéns, se eles não estivessem comigo a vitória não valeria a pena e eu não conseguiria alcançar esses objetivos”, afirmou Isaquias Queiroz, depois de se tornar o primeiro atleta do país a conquistar três medalhas em uma única edição da Olimpíadas.

“Só a gente sabe o quanto a gente luta para chegar aqui. Fazer quatro finais seguidas de Olimpíada é incrível. Na minha idade, poder estar jogando de igual para igual com esses jovens. Agora é descansar e fazer história dentro de casa. Vamos deixar a vida na quadra”, avisou o veterano Serginho, de 40 anos, já na madrugada deste sábado, depois da vitória da seleção masculina de vôlei sobre a Rússia nas semifinais.

“Gostaria muito que meu esporte ganhasse mais visibilidade graças a essa medalha. Existem muitos talentos, e acredito que outros ainda vão poder representar muito bem o país. Basta acreditar na modalidade, porque temos muitos campeões”, declarou Maicon Siqueira, depois de se tornar o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha olímpica na competição masculina de taekwondo.

– A HISTÓRIA

Depois de ser aclamado no Engenhão aos gritos de “uh, tá maneiro, Usain Bolt é brasileiro”, o astro jamaicano fez questão de ir ao Maracanã para torcer por ‘sua’ seleção. Fã confesso de Neymar, o ‘Raio’ também é conhecido por ser torcedor do Manchester United. Além do talento nas pistas, Bolt jogava muito futebol na infância e chegou até a cogitar tentar a carreira de jogador profissional. Que tal um novo reforço para a seleção?

lg