A Nexperia pediu que sua unidade na China restabeleça o fornecimento de semicondutores essenciais à indústria automotiva, alertando para paralisações iminentes. Em carta aberta, disse não ter recebido resposta significativa da operação chinesa após várias tentativas de diálogo e cobrou medidas imediatas para recuperar fluxos de entrega previsíveis.
Em sua carta aberta, a Nexperia detalhou que tentou, sem sucesso, restabelecer o diálogo com a unidade chinesa por diversos canais – ligações, e-mails, propostas de reuniões e até comunicações formais exigindo cumprimento de obrigações. A empresa pediu que a contraparte chinesa retome negociações estruturadas, incluindo a opção de mediação por um terceiro neutro. A carta também listou ações necessárias para restaurar a cadeia de fornecimento, como recuperar fluxos previsíveis de produção e entrega, reforçar a governança operacional e alinhar processos internos às diretrizes da matriz.
A controladora chinesa Wingtech Technology respondeu pedindo negociações sobre o controle da empresa, acusando a intervenção do governo holandês, em setembro, de causar “instabilidade e desordem” na cadeia global de semicondutores. Sem solução, afirmou, será “impossível” restaurar a normalidade. A empresa alertou ainda para potenciais ajustes forçados na produção e entrega de montadoras e para maior risco de ruptura em setores de automação industrial.
Haia assumiu o controle da Nexperia alegando proteger “conhecimento tecnológico” essencial à segurança econômica europeia, após alertas dos EUA de que a fabricante poderia ser alvo de restrições se mantivesse os donos chineses. Pequim reagiu com um aviso de controle de exportação em 4 de outubro, barrando a saída de determinados produtos da Nexperia China. Uma reunião entre Donald Trump e Xi Jinping ajudou a reduzir tensões, e o governo holandês suspendeu recentemente a ordem de intervenção, permitindo a retomada das exportações no início do mês.
*Com informações da Dow Jones Newswires