Quando o Newcastle levantou a taça da Copa da Inglaterra em dia 7 de maio de 1955 – a terceira em cinco anos -, após derrotar o Manchester City por 3 a 1, o clube do norte da Inglaterra não imaginava que passaria 70 anos sem conquistar um título nacional. A espera acabou neste domingo, no mesmo estádio de Wembley da conquista anterior, em Londres, após a vitória por 2 a 1 sobre o favorito Liverpool, que levou a equipe à inédita conquista da Copa da Liga Inglesa.
A alegria da equipe dos brasileiros Joelinton e Bruno Guimarães – a quem coube levantar a taça -, dois dos principais ídolos da torcida o elenco atual, contrastava com a decepção do conjunto de Liverpool, que na terça-feira havia sofrido uma dura eliminação nas oitavas de final da Liga dos Campeões, em pleno estádio Anfield, pelo Paris Saint-Germain. Ao time comandado por Arne Slot restou o Campeonato Inglês, competição que lidera com folga – 12 pontos à frente do Arsenal.
Disposto a encerrar o jejum de títulos importantes e uma freguesia de 17 jogos diante do adversário – foram cinco empates e 12 derrotas nos últimos dez anos -, o Newcastle foi melhor no primeiro tempo. Com uma defesa segura e organizada, o time do técnico Eddie Howe não deixou o líder do Campeonato Inglês dar uma finalização contra seu gol e ameaçou a meta de Kelleher, que deixou Alisson no banco.
Apesar de apresentar mais volume de jogo e pressionar o time vermelho, o Newcastle abusava dos chuveirinhos na área e criava poucas chances claras para abrir o placar. Somente aos 34 minutos, o zagueiro Burn cabeceou a bola e Bruno Guimarães desviou, mas Kelleher caiu para fazer a defesa.
Maioria em Wembley, a torcida do Newcastle vibrava a cada desarme do brasileiro Joelinton, que impedia o Liverpool de se aproximar da área do goleiro Pope. Em uma rara oportunidade de gol, aos 45 minutos, Trippier cobrou escanteio aberto na segunda trave, no bico da grande área, e o grandalhão Burn cabeceou com força para mandar a bola no canto direito de Kelleher: 1 a 0.
Bem marcados, os artilheiros Salah, do Liverpool, e Isak, do Newcastle, passaram praticamente toda a etapa sem serem notados. Na única vez que o egípcio apareceu, já nos acréscimos, tocou com efeito para Luis Díaz na área, mas Diogo Jota isolou a bola na sequência.
A equipe de Arne Slot ameaçou reagir na volta do intervalo e Joelinton evitou uma finalização frontal de Luis Díaz logo no primeiro minuto do segundo tempo. O Newcastle, porém, avançou as linhas e manteve a agressividade, tentando empurrar os favoritos para o campo de defesa.
Sumido em campo até então, aos 5 minutos, Isak completou para o gol após outra jogada originada em escanteio, mas o árbitro anulou o tento por impedimento de Bruno Guimarães. Dois minutos depois, Livramento cruzou da esquerda, Murphy escorou de cabeça e o goleador sueco apareceu na marca do pênalti para chutar no canto esquerdo de Kelleher e ampliar a vantagem do Newcastle.
Com a desvantagem de 2 a 0, o Liverpool, enfim, partiu para cima e sufocou o time alvinegro no campo de defesa. Depois de passar o primeiro tempo sem precisar fazer nenhuma defesa, Pope passou a ser testado. Aos 13 minutos, Curtis Jones bateu forte do meio da área e Pope fez uma defesa impressionante, espalmando a bola para a linha de fundo. Do outro lado, Kelleher impediu o terceiro gol em um tiro à queima-roupa de Isak.
Em confronto aberto, as duas equipes se lançavam ao ataque em busca do gol – o Liverpool para voltar ao jogo e o Newcastle para minar qualquer reação do adversário. Diferentemente da maioria dos treinadores, Howe manteve sua equipe à frente, apesar da boa vantagem.
Nos acréscimos, Elliott desarmou Bruno Guimarães e acionou Chiesa, que chutou na saída de Pope para fazer 2 a 1 e incendiar a partida nos minutos derradeiros. O tento tardio do Liverpool, porém, foi insuficiente privar do Newcastle o merecido título e uma noite histórica.