A busca por financiamento no Brasil cresceu 6% em setembro em relação ao mesmo mês de 2022, conforme o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC) antecipado ao Broadcast. A alta dá um “respiro” ao setor, ao interromper uma sequência de oito quedas consecutivas nessa base de comparação. No confronto mensal, o INDC subiu 11% após elevação de 5% em agosto deste ano.

A despeito da expansão da procura por financiamento em setembro, o quadro ainda enseja cautela, adverte Natália Heimann, head de produtos Analytics da Neurotech e responsável pelo indicador. Isso porque, explica, o setor varejista, que tem maior representatividade na composição do INDC, apresentou queda de 3% em setembro na comparação com um ano atrás.

“Já prevíamos uma melhora conservadora, considerando que a oferta de crédito vem sendo reduzida pelos bancos e financeiras devido a instabilidade econômica”, diz.

De acordo com a executiva da Neurotech, um crescimento expressivo da busca por crédito no varejo dependerá de como os consumidores se programaram para os gastos do fim do ano. “Nesta reta final de ano, a expectativa é sempre positiva com as datas comemorativas, mas um crescimento considerável para o setor irá depender muito de como os consumidores se planejaram para este período”, afirma Natália.

A expansão da procura por crédito em setembro ante igual mês de 2022 foi puxada pelo setor de serviços, que registrou alta de 20%, seguido por bancos e financeiras, com alta de 10%.

Já na comparação mensal, a alta de 11% do INDC refletiu a alta de 15% da procura por financiamento em bancos e financeiras, além de crescimento de 11% no varejo. Os serviços, por sua vez, registram contração de 27% em setembro ante o mês anterior.

No recorte varejista, houve recuo de 30% na busca por crédito em supermercados, na margem, e contração de 40% no confronto interanual. A categoria “Outros” subiu 24% na comparação mensal e 40% ante setembro de 2022. O INDC de Vestuário teve avanço de 22% em setembro em relação a agosto e cresceu 3% ante há um ano. O segmento de Lojas de Departamento mostrou elevação de 17% na margem e de 34% no confronto com setembro do ano passado, enquanto o de EletroMóveis subiu 4% no mês e caiu 7% na comparação com setembro de 2022.