A história não é baseada em uma história real, mas o ator e co-criador da produção, Stephen Graham, se inspirou em uma história que viu na mídia sobre um jovem envolvido em crimes com faca.
“Houve um incidente em que um menino [supostamente] esfaqueou uma menina. Isso me chocou. Eu estava pensando: ‘O que está acontecendo na sociedade quando um menino esfaqueia uma garota até a morte?’ E então aconteceu de novo, e aconteceu de novo, e eu realmente queria esclarecer isso e perguntar: ‘Por que isso está acontecendo hoje?’”, contou a Netflix.

Quem é Owen Cooper?
Com a brilhante atuação de Owen Cooper, intérprete do protagonista Jamie Miller na série, despertou-se a curiosidade dos telespectadores em saber quem é o jovem ator que deu um show de interpretação.
Owen Cooper tem 15 anos e foi escolhido pelo diretor de elenco Shaheen Baig, que o selecionou dentre um universo de 500 meninos.
“Eu nunca havia trabalhado antes, então apenas mandei uma fita, sem esperar muito. Voltei da escola e minha mãe me disse que eu tinha conseguido o papel”, afirmou Cooper ao jornal The Guardian.
O jovem ator já tem um trabalho agendado para estrear em fevereiro de 2026, com um elenco hollywoodiano. Chama-se Wuthering Heights e trata-se do “relacionamento intenso e destrutivo entre Heathcliff e Catherine Earnshaw”. Ele interpretará a versão jovem do personagem Heathcliff, que também será vivido por Jacob Elordi. Margot Robbie será Catherine.

A importância do tema
O tema da ‘Adolescência’ tem a capacidade de abordar questões reais que afligem e ameaçam os jovens da nova geração, fazendo com que a série ressoe profundamente nos pais de crianças e adolescentes de hoje. A série abre um debate sobre os problemas da criação dos filhos na era digital. Fantasmas que assombram todos os pais são expostos a cada cena, como o poder destrutivo do bullying e dos abusos no ambiente escolar, a influência perversa e, tantas vezes, trágica das redes sociais sobre uma geração que não consegue distinguir seu próprio eu da vida ilusória nos smartphones.
A pedido da IstoÉ Gente, Telma Abrahão, especialista em inteligência emocional e idealizadora da Educação Neuro Consciente, analisa o tema abordado na série e faz alertas importantes aos pais. Leia na íntegra:
“A adolescência começa a ser moldada na infância — e o que vivemos lá faz toda a diferença aqui. Muitos pais se sentem perdidos diante das mudanças emocionais e comportamentais dos filhos adolescentes. Mas o que poucos sabem é que a base para essa fase tão desafiadora é construída, silenciosamente, desde os primeiros anos de vida.
Não se trata de culpa, mas de consciência. Vivemos tempos difíceis para criar filhos: rotinas exaustivas, falta de apoio, sobrecarga emocional. É compreensível que, no meio disso, o tempo de qualidade vá sendo adiado, as telas se tornem uma distração e o vínculo emocional se enfraqueça.
O problema é que a infância é um período crítico para a formação do cérebro. Estudos mostram que crianças expostas à negligência emocional, medo constante ou vínculos inseguros apresentam maior ativação do eixo HPA (hipotálamo-hipófise-adrenal), liberando níveis elevados de cortisol, o que afeta diretamente a maturação do cérebro social e emocional.
Essa ativação crônica do estresse impacta o desenvolvimento do córtex pré-frontal — responsável pela autorregulação, controle de impulsos e tomada de decisões — e da amígdala, região associada ao medo e à reatividade emocional.
Na adolescência, isso pode se traduzir em explosões emocionais, dificuldade de lidar com frustrações, isolamento social e maior propensão a comportamentos de risco, como automutilação, uso de substâncias ou sexualização precoce. Segundo o CDC, adolescentes com histórico de adversidades na infância têm de 2 a 5 vezes mais chances de apresentar problemas emocionais, depressão, vícios e comportamentos autodestrutivos.
Mas é importante dizer: não é um caminho sem volta. O cérebro é plástico, e o vínculo pode ser reconstruído. A presença emocional dos pais, o afeto, a escuta e os limites respeitosos ainda têm enorme poder reparador, mesmo quando iniciados na adolescência.
Falar sobre adolescência é, antes de tudo, um convite para revisitarmos a infância. É possível fazer diferente. E todo pai e mãe, com informação e apoio, pode se tornar um agente de transformação na vida emocional dos filhos.”