Netanyahu reitera que Hamas bloqueia acordo de trégua em Gaza

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reiterou nesta sexta-feira (25) que o movimento islamista Hamas constitui um “obstáculo” para um acordo para a libertação dos reféns mantidos na Faixa de Gaza.

“O enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff, estava certo. O Hamas é o obstáculo para um acordo de libertação dos reféns”, afirmou em comunicado.

“Em colaboração com nossos aliados americanos, estamos atualmente explorando outras opções para trazer de volta os nossos reféns, pôr fim ao regime terrorista do Hamas e garantir uma paz duradoura para Israel e a nossa região”, acrescentou.

O primeiro-ministro israelense não disse quais são as opções que tem em mente.

Os negociadores de Israel e do Hamas estavam há duas semanas em negociações indiretas no Catar para acordar um cessar fogo no conflito em Gaza, que se desenrolou após um ataque do movimento islamista em território israelense em 7 de outubro de 2023.

Witkoff anunciou na quinta-feira o retorno de seus negociadores que estavam nas conversações em Doha, criticou a “postura egoísta” do Hamas e acusou o movimento islamista de não atuar “de boa fé”.

O presidente americano Donald Trump afirmou nesta sexta-feira que o Hamas não quer alcançar um acordo.

“O Hamas realmente não queria alcançar um acordo. Acho que querem morrer. E é muito, muito grave”, disse Trump à imprensa.

Basem Naim, um membro importante do comitê político do Hamas, acusou o emissário americano de distorcer a realidade e ter voltado atrás sobre suas declarações anteriores.

“As declarações negativas do enviado americano Witkoff contradizem por completo o contexto em que se desenvolveu o último ciclo de negociações, e ele sabe perfeitamente disso. Elas se inscrevem em uma lógica de apoio à posição israelense”, declarou Naim à AFP.

Naim acusou Witkoff de se contradizer e apontou que o diplomata americano qualificou as conversações como “positivas” somente alguns dias antes.

“Os mediadores acolheram muito positivamente a resposta do Hamas, que consideraram construtiva e suscetível de conduzir a um acordo, sobretudo porque se aproxima muito da proposta apresentada pelos mediadores a ambas as partes”, acrescentou.

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