O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chegou nesta segunda-feira a Uganda, primeira etapa de uma viagem histórica de quatro dias à África subsaariana, para estimular as relações israelenses-africanas e lembrar o 40º aniversário da morte de seu irmão em uma operação no aeroporto de Entebbe.

No aeroporto de Entebbe, Netanyahu foi recebido pelo presidente ugandês, Yoweri Museveni, segundo imagens transmitidas ao vivo pela televisão ugandesa.

“Há 40 anos soldados israelenses realizaram uma operação histórica”, “heroica” e “inesquecível”, declarou Netanyahu em um discurso pronunciado no aeroporto onde ocorreu a ação.

Ao menos 500 pessoas, incluindo antigos soldados que participaram da operação, assistiram à cerimônia, sob fortes medidas de segurança.

Netanyahu participou em Uganda de uma pequena cúpula regional sobre segurança e terrorismo, junto aos chefes de Estado de Quênia, Ruanda, Etiópia, Sudão do Sul, Zâmbia e Malawi.

A viagem de Netanyahu é a primeira visita de um primeiro-ministro israelense à África subsaariana em décadas.

Depois de Uganda, Netanyahu viajará ao Quênia, Etiópia e Ruanda.

“Israel foi colocado na lista negra na África, fomos excluídos por pressões políticas de muitos países com os quais estávamos envolvidos nos anos 60 e 70, e isso demorou a mudar”, comentou Netanyahu em uma entrevista ao jornal ugandês Daily Monitor. “Por que não mudar este absurdo”?

Israel tenta garantir o apoio de países africanos nas instituições internacionais, onde é muito criticado pela ocupação dos territórios palestinos ou pela extensão de suas colônias.

Netanyahu disse em fevereiro ter aceitado o convite dos líderes africanos para ir ao continente no 40º aniversário da operação realizada em 4 de julho de 1976 por comandos israelenses para libertar os passageiros de um voo Tel Aviv-Paris, sequestrado e desviado a Entebbe, e na qual seu irmão morreu.

Cooperação

“Uma viagem como esta é muito importante do ponto de vista diplomático, econômico e da segurança, e estou muito feliz por Israel retornar à África pela porta da frente”, disse Netanyahu antes de deixar Israel na manhã desta segunda-feira.

O governo israelense aprovou recentemente uma proposta de abrir escritórios da Agência israelense para o desenvolvimento internacional dos quatro países que o primeiro-ministro visitará. A agência compartilha com os países em desenvolvimento tecnologia e transferência de conhecimentos.

Segundo o escritório de Netanyahu, uma soma de 13 milhões de dólares será destinada a “reforçar as relações econômicas e de cooperação com os países africanos”.

A viagem também tem um significado pessoal para Netanyahu, 40 anos após a morte de seu irmão Yonatan, que dirigia a operação para libertar os passageiros deste voo, sequestrados por palestinos e alemães.

“Esta visita inclui um emocionante reencontro em Entebbe”, ressaltou Netanyahu. Em 2005, quando ainda não dirigia o governo, Netanyahu viajou a Uganda e desvelou uma placa comemorativa em memória de seu irmão.