TEL AVIV, 03 MAR (ANSA) – Denunciado por corrupção, fraude e abuso de poder, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, venceu a eleição legislativa desta segunda-feira (2) – a terceira no país em menos de um ano -, mas ainda não sabe se terá maioria no Parlamento.   

Com 90% dos votos apurados, o bloco de partidos conservadores e ultraortodoxos que apoiam o premiê somam 59 dos 120 assentos no Knesset, incluindo 36 do Likud, legenda de direita liderada por Netanyahu.   

Já a coalizão de centro Azul e Branco, do general Benny Gantz, tem 32, seguida pela Lista Conjunta, que reúne partidos árabes, com 15. A legenda Yisrael Beiteinu, do ex-ministro Avigdor Lieberman, possui sete cadeiras no momento.   

Na eleição de setembro, o Likud havia obtido 32 assentos, e sua coalizão, 55. Já a aliança Azul e Branco ficara com 33, e o partido de Lieberman, com oito.   

Se Netanyahu não conseguir maioria, ele provavelmente dependerá novamente de um eventual apoio do Yisrael Beiteinu, que também é de direita, porém secular, o que dificulta alianças com ultraortodoxos. Após as eleições de abril e setembro de 2019, Lieberman se recusou a formar governo com o premiê.   

Apesar disso, o primeiro-ministro comemorou o resultado parcial em um discurso para apoiadores. “É a maior vitória da minha vida. Os israelenses nos deram um voto de confiança porque sabem que proporcionamos a melhor década na história de Israel”, disse.   

Já Gantz admitiu estar “decepcionado”, mas acrescentou que não permitirá que “ninguém destrua o país ou deixe a democracia em pedaços”. Netanyahu, que enfrenta problemas na Justiça e arrisca parar no banco dos réus, pode ter sido beneficiado pelo plano de paz de Donald Trump para o conflito árabe-israelense.   

A proposta prevê o reconhecimento da soberania de Israel no Vale do Rio Jordão, que ocupa mais de 25% da Cisjordânia, e nas colônias situadas na chamada “Área C”. Em troca, os EUA reconheceriam um Estado palestino “desmilitarizado” nas áreas A e B e no restante da C, além da Faixa de Gaza. Netanyahu já prometeu fazer as anexações previstas pelo plano de paz caso fosse reeleito. (ANSA)