O Parlamento de Israel, o Knesset, se reunirá neste domingo, 13, e deve aprovar uma coalizão de governo inédita, formada por oito partidos, que vão da direita nacionalista à esquerda, incluindo o centro e os árabes israelenses. A aprovação é dada como segura por analistas políticos, porque os oito partidos têm 62 votos, um a mais do que a maioria necessária para passar a moção no Parlamento de 120 cadeiras. Importante notar que se não houver aprovação, Israel partirá para mais uma eleição – a quinta em dois anos.

O acordo político acabará com o governo interino do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, do Partido Likud (direita), no poder desde 2009. Netanyahu irá para a oposição, onde o Likud, com 30 deputados no Knesset, será uma força ainda capaz de voltar ao poder no futuro.

A ampla coalizão de governo foi justamente costurada por dois líderes políticos: o jornalista Yair Lapid, líder do partido centrista Yesh Atid, e o empresário Naftali Bennett, que comanda o partido de direita Yamina. Os dois conseguiram o apoio de Mansour Abbas, que chefia o partido árabe islâmico do sul de Israel, o Raam; dos partidos de esquerda Trabalhista e Meretz; e do partido de centro-direita Israel Beitenu, liderado por Avigdor Lieberman.

“O xeque dos muçulmanos no sul de Israel disse que não adianta combater o Estado (de Israel). O objetivo é melhorar a vida das pessoas. O Partido Raam é conservador e apoia mais igualdade e oportunidades para os árabe-israelenses”, diz o cientista político André Lajst, especialista em Oriente Médio e diretor-executivo da organização Standwithus. Lajst observa que a coalizão de Lapid e Bennett é a mais complexa e diversificada a formar governo em Israel. “As pessoas querem uma normalização dos serviços públicos, com a volta dos investimentos na educação e nas obras de infraestrutura. Israel ficou dois anos com um governo interino”, diz. Lajst acredita que Netanyahu, que é processado em um caso de troca de favores com um grupo empresarial, poderá voltar no futuro, caso seja inocentado.

Segundo o acordo, Bennett será o próximo primeiro-ministro e tomará posse logo após o voto, o que deve acontecer no domingo – dia útil em Israel. Bennett governará até 2023, quando será sucedido no cargo por Yair Lapid, que cumprirá então os dois anos restantes do mandato. Será mesmo o fim de Netanyahu ou ele ressurgirá das cinzas como vem fazendo a anos em Israel?

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