TEL AVIV, 23 NOV (ANSA) – O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, viajou em segredo para a Arábia Saudita neste domingo (22) e se reuniu com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, informou a mídia israelense nesta segunda-feira (23).
O encontro secreto foi intermediado pelos Estados Unidos e contou com a presença do secretário de Estado, Mike Pompeo, bem como do diretor do serviço secreto israelense (Mossad), Yossi Cohed. A reunião ocorreu na cidade de Neom, mas o Gabinete do premiê se negou a confirmar as informações – apesar de não negá-las.
Netanyahu e Cohen chegaram ao local do encontro em um voo privado e deixaram Neom cerca de duas horas após pousar, voltando a Israel por volta da meia-noite. Segundo o site “Haaretz”, a aeronave é a mesma usada pelo primeiro-ministro por diversas vezes para reuniões fora da agenda com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Segundo jornais israelenses, a viagem foi mantida em tanto sigilo que nem os ministros do governo sabiam dela – incluindo o da Defesa, Benny Gantz, vencedor das últimas eleições e que concordou em fazer um acordo político com Netanyahu para permitir que houvesse um governo de unidade nacional. Também o ministro das Relações Exteriores, Gabi Ashkenazi, não sabia do encontro.
A mídia local especula que o encontro tenha sido realizado para tentar firmar um acordo de normalização diplomática, nos moldes daqueles firmados com os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein recentemente. Caso firmado, seria um grande avanço para os israelenses e um golpe para a força do Irã na região.
Essas negociações teriam sido aceleradas porque o presidente norte-americano, Donald Trump, que está quase deixando a Casa Branca, busca enfraquecer ainda mais os iranianos no cenário regional. O “The Wall Street Journal” afirma que o encontro entre os líderes debateu a crise com o Irã e a normalização diplomática, mas que nenhum acordo foi firmado.
Pompeo, por sua vez, estava em Israel para polêmicas visitas – como as ocorridas na quinta-feira (19) em um assentamento na Cisjordânia e um sobrevoo nas Colinas de Golã. (ANSA).