WASHINGTON, 8 JUL (ANSA) – O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi recebido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca e disse que os dois países buscam lugares que possam receber palestinos eventualmente removidos da Faixa de Gaza.
A declaração chega na esteira do plano anunciado por Trump de expulsar a população do enclave para transformá-lo em uma espécie de riviera de luxo no Oriente Médio.
“Estamos trabalhando em estreita colaboração com os Estados Unidos para encontrar países que queiram realizar o que sempre disseram: dar aos palestinos um futuro melhor. Acho que estamos perto de encontrar vários países”, afirmou Netanyahu no começo da reunião.
“Há pessoas que querem ficar ou podem ficar, mas se quiserem ir embora, deveriam poder fazê-lo. Não deveria ser uma prisão”, acrescentou o premiê, que falou em uma “grande colaboração” de nações fronteiriças, mas sem citar nomes.
Ao longo dos últimos meses, países da região, como Egito e Jordânia, rechaçaram a proposta de Trump para deslocar a população palestina, ideia que também foi criticada pela maior parte da comunidade internacional.
A Faixa de Gaza é lar de cerca de 2 milhões de pessoas e virou uma pilha de ruínas após mais de um ano e meio de guerra entre Israel e Hamas, iniciada após os atentados terroristas do grupo palestino, em 7 de outubro de 2023, com 1,2 mil mortos no país judeu. Desde então, mais de 55 mil palestinos faleceram no conflito. Durante o encontro na Casa Branca, Netanyahu também disse ter candidatado Trump ao Nobel da Paz por conta de sua atuação no Oriente Médio. O presidente, por sua vez, assegurou que o Hamas quer “alcançar um cessar-fogo”.
Segundo fontes citadas pela imprensa internacional, as negociações intermediadas pelo Catar em Doha foram retomadas, mas ainda há divergências sobre o fim definitivo do conflito e a retirada das tropas israelenses, exigências do grupo árabe.
“Acredito que os palestinos devam se autogovernar, mas a segurança geral sempre ficará nas nossas mãos. Isso é um dado de fato, e ninguém em Israel aceitará algo diferente”, assegurou Netanyahu. (ANSA).