ROMA, 10 AGO (ANSA) – O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, detalhou neste domingo (10) seu plano para a ocupação total da Faixa de Gaza, enfatizando que seu objetivo é “libertar” o enclave palestino do Hamas “em breve”.
Em coletiva de imprensa, ele destacou que “esta é a melhor forma de acabar com a guerra e a melhor forma de encerrá-la rapidamente”.
“Nosso objetivo não é ocupar Gaza, é libertá-la do Hamas”, afirmou ele, acrescentando que a “guerra pode terminar amanhã” se o movimento fundamentalista islâmico “depor as armas e libertar todos os reféns restantes”.
Netanyahu ressaltou ainda que o enclave palestino será desmilitarizado e Israel manterá “a responsabilidade pela segurança”. Além disso, afirmou que “uma administração civil não israelense” será estabelecida em Gaza.
“Este é o nosso plano para depois de amanhã”, disse ele, cuja ideia não é ocupar permanente a Faixa de Gaza, mas sim entregar o território a um governo civil, não ligado nem à Autoridade Palestina nem ao Hamas.
Aos jornalistas, Netanyahu também explicou que sua política sempre foi evitar uma crise humanitária na região e, por isso, Israel distribuiu “2 milhões de toneladas de ajuda” e enviou milhares de “mensagens de texto aos moradores de Gaza para pedir a todos para se afastarem do perigo”.
“Mas, nos últimos meses, o Hamas boicotou a ajuda, criando uma escassez de suprimentos”, acrescentou ele, acusando a ONU de “não estar disposta a entregar a ajuda” retida nas fronteiras da Faixa de Gaza.
O premiê israelense aproveitou para mostrar uma foto do refém Evyatar David, visivelmente debilitado, e afirmar que “os únicos que estão morrendo de fome deliberadamente são nossos reféns”.
Respondendo a uma pergunta sobre o cronograma previsto para o plano de Gaza, Netanyahu destacou que o “cronograma estabelecido para a intervenção é bastante rápido”.
“Podemos alcançar um resultado que proteja a população civil e ataque o Hamas ao mesmo tempo”, acrescentou. “Não era nosso objetivo desmantelar o Hamas, mas agora é”.
Ele então enfatizou que “o prazo será curto”, porque quer “acabar com a guerra”, e anunciou que corredores seguros seriam designados para a distribuição de ajuda humanitária em Gaza, um aumento no número de pontos de distribuição seguros e mais lançamentos aéreos pelas forças israelenses e outros parceiros.
Por fim, o premiê afirmou que jornalistas estrangeiros não poderão entrar na região, a não ser que tenham a autorização explícita das Forças de Defesa de Israel (IDF). (ANSA).