O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, investiu neste sábado (5) contra o presidente francês, Emmanuel Macron, e os dirigentes dos países que pediram a interrupção do envio de armas a Israel no âmbito da guerra contra o Hamas em Gaza e o Hezbollah no Líbano.
“Enquanto Israel luta contra as forças da barbárie lideradas pelo Irã, todos os países civilizados deveriam apoiar firmemente Israel. Contudo, o presidente Macron e outros dirigentes ocidentais agora estão pedindo embargos de armas contra Israel. Deveriam estar envergonhados”, disse Netanyahu em um comunicado.
“O Irã está impondo um embargo de armas ao Hezbollah, aos huthis, ao Hamas e a seus outros representantes? É claro que não”, disse Netanyahu, acrescentando que os três grupos contam com apoio de Teerã e fazem parte do chamado “eixo de resistência” contra Israel.
“Este eixo do terror se mantém unido. Mas os países que supostamente se opõem a este eixo do terror pedem um embargo de armas a Israel. Que vergonha!”, insistiu o premiê, que também afirmou que Israel vencerá, inclusive sem o seu apoio.
Neste sábado, Macron disse à rádio France Inter que a “prioridade” é buscar uma “solução política” e pediu que os países deixem de “entregar armas para a guerra em Gaza”.
“A França não envia”, acrescentou ele na entrevista, gravada em 1º de outubro.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se negou até agora a mudar sua política de apoio a Israel para além da suspensão que fez em maio de uma entrega de bombas pesadas. Os Estados Unidos enviam a cada ano a Israel 3 bilhões de dólares (cerca de R$ 16 bilhões) em armamentos.
O Reino Unido anunciou em setembro a suspensão de cerca de 30 licenças de exportação de armas para Israel, de um total de 350, alegando o “risco” de que sejam utilizadas em ações que violem o direito internacional no conflito em Gaza, que eclodiu após o ataque do movimento islamista Hamas em território israelense em 7 de outubro de 2023.
O presidente francês criticou o fato de não haver mudanças na situação em Gaza, apesar dos esforços diplomáticos empreendidos para obter um cessar-fogo, em particular com Israel.
“Acho que eles não nos ouvem. Voltei a dizer ao primeiro-ministro [Benjamin] Netanyahu e acredito que é um erro, também para a segurança de Israel no futuro”, destacou Macron.
“Vemos isso claramente em nossa opinião pública, e vemos isso com ainda mais clareza na opinião pública da região, no fundo está nascendo um ressentimento e o ódio se alimenta dele”, acrescentou.
vl/gbh/gvy/jm/an/rpr/mvv