TEL AVIV, 10 OUT (ANSA) – O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ameaçou nesta sexta-feira (10) retomar a guerra na Faixa de Gaza se o Hamas não respeitar os pontos do acordo de cessar-fogo mediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A declaração do chefe de governo de Tel Aviv aconteceu pouco tempo depois do início da retirada das Forças de Defesa de Israel (IDF) para a chamada “linha amarela” do enclave, bem como da volta de milhares de famílias palestinas para a Cidade de Gaza.
“Estamos pressionando o Hamas de todos os lados na preparação para as próximas etapas do plano, que prevê o desarmamento completo e a desmilitarização de Gaza. Se isso for alcançado pacificamente, tanto melhor. Caso contrário, será conquistado pela força”, alertou Netanyahu.
Apesar das ameaças, Israel já teria dado sinal verde às autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) para começar a entregar ajuda humanitária aos civis de Gaza a partir do próximo domingo (12), segundo a agência AP, citando um funcionário da entidade.
O auxílio incluirá 170 mil toneladas de mantimentos já posicionados em países vizinhos, como Jordânia e Egito, enquanto as associações humanitárias aguardam a permissão das forças israelenses para retomar suas atividades.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) pediu a abertura de todas as rotas de ajuda humanitária para Gaza e alerta que, caso contrário, a mortalidade infantil poderá aumentar.
“A situação é crítica. Corremos o risco de ver um aumento na mortalidade infantil, não apenas neonatal, mas também infantil, pois seus sistemas imunológicos estão mais comprometidos do que nunca”, disse o porta-voz do Unicef, Ricardo Pires.
O Patriarca Latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa, declarou ao jornal Avvenire que está “pronto” para ir a Gaza o “mais breve possível” para participar do processo de entrega de ajuda humanitária para a população civil.
– Itália – O presidente da Itália, Sergio Mattarella, elogiou o auxílio prestado pelo país aos palestinos, principalmente por meio de iniciativas que encaminharam alimentos para o enclave. O líder europeu, contudo, lamentou que a ajuda tenha chegado a poucas pessoas necessitadas.
“Esta, assim como as muitas ações empreendidas por vários países, infelizmente atingiu apenas uma pequena parcela daqueles que sofreram a crueldade da ação militar”, disse o italiano, acrescentando que a “paz deve ser alcançada na alma do povo”.
Em uma breve conversa com jornalistas à margem de uma reunião em Florença, o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, disse que a primeira-ministra do país, Giorgia Meloni, deverá participar da cerimônia oficial de assinatura do cessar-fogo. O político analisou que o evento poderá acontecer na próxima segunda-feira (13), mas o local ainda não teria sido decidido. (ANSA).