‘Nenhum povo pode ser forçado ao exílio’, diz papa Leão XIV

VATICANO, 23 AGO (ANSA) – O papa Leão XIV disse neste sábado (23) que todos os povos do mundo, até mesmo os menores ou mais fracos, devem ser respeitados na sua identidade e nos seus direitos e não podem ser obrigados ao “exílio forçado”.   

A declaração foi dada pelo Pontífice em um encontro no Vaticano com uma delegação da Associação Chagos Refugees Group, formada por cidadãos do arquipélago de Chagos, nas Ilhas Maurício.   

“Todos os povos, mesmo os menores e mais fracos, devem ser respeitados pelos que estão no poder em sua identidade e em seus direitos, particularmente o direito de viver em suas próprias terras; e ninguém pode forçá-los ao exílio forçado”, declarou.   

O Santo Padre destacou ainda que, “hoje em dia, uma vida próspera é muitas vezes confundida com uma vida de riqueza material ou autonomia individual irrestrita”.   

“O chamado futuro ideal que nos é apresentado é caracterizado pela conveniência tecnológica e pela satisfação do consumidor.   

No entanto, isso não é suficiente”, alertou.   

Segundo Robert Prevost, “em sociedades ricas, muitas pessoas lutam contra a solidez”. “A autêntica prosperidade humana deriva do que a Igreja define como desenvolvimento humano integral: o crescimento pleno da pessoa em todas as suas dimensões: física, social, cultural, moral e espiritual”.   

Durante 50 anos, a associação pede para retornar ao arquipélago de Chagos, de onde foram expulsos pelo Reino Unido. Em maio de 2024, o governo britânico assinou um acordo histórico prometendo devolver o arquipélago no Oceano Índico à sua antiga colônia, Maurício.   

Para o Papa, “a perspectiva renovada do seu retorno ao seu arquipélago natal é um sinal encorajador e tem força simbólica no cenário internacional”.   

Por fim, agradeceu às partes envolvidas, dizendo que elas “compreenderam o sofrimento de seu povo e chegaram a esse acordo” e pediu o compromisso das autoridades das Ilhas Maurício para garantir esse retorno nas melhores condições. (ANSA).