Enquanto elaboro esse texto, a semana apenas começa, jogando luz sobre dois momentos fundamentais para o destino do País. Primeiro, as derradeiras articulações visando a aprovação da reforma da Previdência ainda esse ano. Depois, o caminho escolhido pelo PSDB quanto ao seu próprio comando, a possível indicação para disputar o Planalto no ano que vem e até o desembarque do governo.

Fundamentais, sim, pois o simples ato de contemplar o futuro passa pela reforma do sistema previdenciário. Quanto aos tucanos, são a única alternativa eleitoralmente viável ao radicalismo institucionalizado. Contudo, embora a importância desses assuntos seja inquestionável, pelas esquinas e redes sociais o tema em voga é outro: um hipotético confronto entre Lula e Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais.

Deixando de lado um óbvio fetiche pela morbidez, a importância que se dá a tal cenário não poderia ser mais desanimadora. Especialmente em se tratando de uma sociedade que passou a última década sendo embalada por um discurso raivoso, separatista, determinado a dividir para conquistar, propalado pelo PT. Como é possível, então, que, após mergulhar na crise política, econômica e ética mais grave em sua história, e dela tampouco ter saído por completo, ainda sejamos capazes de absorver com tamanha facilidade essa mesmíssima narrativa?

De que maneira pode ser concebível levar Luiz Inácio a sério, e, não só, mas também abraçar a causa de um pateta exemplar como Jair Bolsonaro?

Bem, quanto aos idólatras do grande responsável pelo maior assalto organizado aos cofres públicos desde a fundação da República, a resposta não é difícil: ideologia definida, militância de verdade e fábulas para vender só quem tem mesmo é a esquerda. Por outro lado, é sintomático o comportamento daqueles que se identificam com a direita. Está claro que mal percebem, mas, sufocados pela sanha de confrontar o PT e a esquerda em todos os aspectos, acabaram adotado discursos e comportamentos típicos dos seus adversários.

Não há outra saída, resta apenas esperar que a massa de eleitores ainda indecisos revelada pelas pesquisas continue rejeitando qualquer um dos lados já posicionados. Que tenham bem vivo na memória o amargor causado por essa ladainha agora conjunta.E que não hesitem em optar pelo meio.

Pelas esquinas e redes sociais o tema em voga é outro: um hipotético confronto entre Lula e Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais