Perspectivas de um cenário melhor ao redor do até ampararam alta do Ibovespa na abertura do pregão neste primeiro dia útil de agosto, após terminar julho com a quarta alta mensal seguida. Indicadores melhores do que o esperado na Europa sustentam ganhos das bolsas na região, enquanto nos EUA a valorização é em menor intensidade. Investidores seguem na expectativa de aprovação de um novo pacote de estímulos à economia e monitorando o avanço de casos de covid-19 no país, além da guerra comercial sino-americana.

Às 11h08, o Ibovespa subia 0,13%, aos 103.043,87 pontos, mas o sinal não é firme: já atingiu mínima aos 102.304,26 pontos e máxima aos 103.698,58 pontos.

A avaliação de operadores é de que o principal índice à vista já estaria muito “esticado”, já teria avançando consideravelmente terminou julho com alta de 8,27% e que, agora, estaria dando uma pausa, embora o sentimento seja positivo. “Está meio de lado, tem mais investimento de giro do que de investimento em si. A economia está estagnada, apesar de alguns dados melhores”, avaliam as fontes.

A visão é de que falta notícia nova no âmbito doméstico que ajude a impulsionar o Ibovespa. “Caiu, avançou com a apresentação da proposta da reforma tributária. Agora, quer algo novo. Está difícil firmar nos 105 mil pontos na sexta, a máxima foi a 105.462,13 pontos). Porém, a tendência continua positiva”, afirmam os operadores.

Commodities como o minério de ferro ajudam o Ibovespa hoje, como mostram ganhos das ações de mineradoras (Vale ON: 2,65%) e siderúrgicas (CSN ON: 3,10%), após dados indicando recuperação da China. O minério negociado no porto chinês de Qingdao fechou com ganhos de 4,93% hoje, a US$ 116,03 a tonelada. Apesar da elevação do petróleo no exterior, os papéis da Petrobras cediam acima de 1%. Hoje a estatal informou que

Na China, o índice de preços de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do país subiu a 52,8 em julho (de 51,2 em junho), segundo dados preliminares divulgados pela IHS Markit em parceria com a Caixin Media. É o segundo avanço consecutivo e o crescimento mais alto desde janeiro de 2011. Na Alemanha, o indicador avançou a 51 no mês passado, ante previsão de 50, e, na zona do euro foi a 51,8 em julho, ante projeção de 51,1. Nos EUA, o índice de atividade industrial subiu a 54,2 em julho, ante previsão de 53,8.

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A expectativa, diz Thomás Gibertoni, especialista de investimentos Portofino, é que a Bolsa comece agosto com sensação de otimismo, depois da correção na sexta-feira, quando caiu 2,00% (102.912,14 pontos), com o investidor colocando lucros no bolso. “Não tinha nada que justificasse a queda a não ser uma realização. Tem a volta dos mercados que caíram muito exceto Nova York, que fechou em alta na sexta. E os PMIs reforçam o sentimento de que o pior da crise ficou para trás”, afirma.

A semana, lembra Gibertoni, está repleta de indicadores de peso e com possibilidade de direcionar os mercados. “Mas o grande dia será na sexta, quando será informado o payroll relatório de emprego dos EUA. O mercado espera a criação de 1,6 milhão de vagas”, diz, acrescentando que no Brasil os destaques são o IPCA de julho e a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).

A Portofino espera redução de 0,25 ponto porcentual na Selic, com a taxa indo a 2,00%, com o corte podendo parar por aí, após a interpretação da instituição de recentes comunicados do Banco Central (BC). “Não vemos continuidade da queda, mas obviamente que isso ficou em aberto na última reunião, apesar de a inflação ter ficado relativamente mais baixa do que a esperada”, argumenta Gibertoni.

A despeito do impasse no governo em relação à criação de um novo imposto nos moldes da extinta CPMF, o especialista da Portofino acredita que isso não deve atrapalhar a evolução da Bolsa brasileira, cujo índice pode avançar entre 108 mil e 110 mil pontos este ano. “O Congresso está com muita boa vontade de aprovar essa reforma e é isso que importa para o mercado”, diz. Já a XP Investimentos elevou sua projeção para o Ibovespa no fim do ano para 115 mil pontos, ante 112 mil previstos anteriormente.

Segundo ele, o debate da proposta de reforma tributária por si só já gera debates controversos. No entanto, é um assunto que deve ser tratado o quanto antes, pois o Brasil está muito atrás de outras nações nessa questão, afirma. “Agora, pode parecer ruim, mas é algo que no futuro será cada vez mais usado pelas economias. Temos um custo-Brasil muito elevado”, diz.

Na seara corporativa, os investidores esperam o balanço do segundo trimestre do Itaú Unibanco, a ser informado após o fechamento do pregão da B3, e avaliam a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro disse que o novo presidente do Banco do Brasil deverá ser mesmo o ex-presidente do HSBC Brasil André Brandão e, para bater o martelo na decisão, vai conversar hoje com o ministro da Economia, Paulo Guedes. As ações do BB ON subiam 2,17%, enquanto as do Itaú PN cediam 0,60%.


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