Rio – Uma festa do samba e da música brasileira foi realizada ontem em uma edição do Rock in Rio Sessions. O convidado da vez foi Nelson Sargento, que dividiu o palco com a roda de samba Festa da Raça. Aos 95 anos e cheio de fôlego, o músico e o grupo voltam a se encontrar no dia 3 de outubro, quando Sargento será homenageado no Espaço Favela, ambiente preparado para o Rock in Rio 2019.

Nelson apresentou sambas como a sua ‘Agoniza Mas Não Morre’ e ‘O Sol Nascerá’, de Cartola. O sambista afirma, com muita alegria, que é “favelado” e que essa origem lhe mostrou muitas coisas, como a movimentação das pessoas e a criação das escolas de samba. “A arte e a rotina das favelas eram situações vistas, mas não compreendidas”, conta.

O sambista diz que Espaço Favela é a realização destas imagens e ensinamentos de onde ele tem origem. “Me bate forte na memória e no coração. O que eu posso querer mais?”, brinca.

“O Nelson Sargento é o samba encarnado, vivo”, afirma o idealizador e curador do Espaço Favela, Zé Ricardo, feliz com a presença do sambista no festival. Zé fala que o tom da festa deste ano no Rock In Rio é de mostrar que a favela pode tudo: samba, rock, heavy metal e o que mais puder. Com essa ideia em mente, o curador conta que Nelson foi escolha certeira para o espaço.

“Ele é músico, compositor, cantor e até artista plástico. Estamos vendo uma pessoa de muito valor sendo reverenciada. Estamos dando flores em vida”, celebrou Zé. Aliás, sobre o lado de artista plástico de Nelson, o Rock in Rio não perdeu tempo: cerca de 14 quadros pintados pelo sambista estavam expostos durante a sessão e irão retornar ao backstage do Espaço Favela durante o festival.

Para os nove participantes da roda Festa da Raça, tocar com o mestre em mais de uma oportunidade é a realização de um sonho. Luciano Bom Cabelo, cria do morro do Andaraí e integrante do Festa da Raça, mostra admiração pela carreira de Nelson.

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“Nós lutamos o ano todo para dar continuidade ao trabalho do ‘seu’ Nelson, Cartola e outros. Nelson é uma lenda viva, nossa escola. Estar com ele no palco é uma relação de criador e criatura”, conta o músico.

A desenvoltura de Nelson Sargento na condução dos sambas chamou a atenção. E ele diz que a mistura de público no Rock In Rio, com muitos jovens na platéia, é motivo de alegria. “Eu respeito e creio na juventude. Sempre acreditei que ela é forte e chegará aonde precisa”, diz.

 


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