Nego Di admite farsa em doação milionária para vítimas das enchentes no RS

Durante a tragédia ocorrida no ano passado, ex-BBB anunciou ajuda de R$ 1 milhão, mas enviou apenas R$ 100

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Nego Di admite farsa em doação milionária para vítimas das enchentes no RS. Foto: Reprodução/Record TV.

O humorista Nego Di, condenado por golpe na internet, admitiu a farsa em doação milionária para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, ocorridas no ano passado. Nas redes sociais, ele apresentou um comprovante no valor de R$ 1 milhão, mas movimentações bancárias indicaram que o real valor enviado foi de apenas R$ 100.

“Teve uma ideia de criar um comprovante simbólico de R$ 1 milhão. Eu doei metade desse valor e acordei de pagar o resto parcelado. Pode ser que eu tenha me precipitado, mas foi uma mentira que fez uma diferença no Estado”, disse ele durante entrevista concedida para o jornalista Roberto Cabrini, exibida no último Domingo Espetacular (Record TV), 15.

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O ex-BBB foi condenado a 11 anos e 8 meses de prisão por estelionato por promover uma loja virtual que não realizava as entregas dos produtos adquiridos pelos clientes. Ele passou mais de quatro meses preso preventivamente. Atualmente, ele responde ao processo em liberdade, sob medidas cautelares, na cidade de Palhoça (SC).

Nego Di se defendeu das acusações ao afirmar ao jornalista ter sido vítima de um golpe aplicado por seu ex-sócio Anderson Bonetti, que seria, segundo ele, o verdadeiro responsável pelas fraudes ligadas à loja virtual Tadizuera. 

“Eu também fui enganado. A loja não era minha. Eu confiei numa pessoa que eu não conhecia direito”, declarou ele, chamando o ex-sócio de “estelionatário profissional”.

O humorista alegou não ter recebido os contratos prometidos para formalizar a sociedade, apesar de ter promovido publicamente a loja como sendo sua.

“Você disse nas redes sociais ‘a loja é minha, podem comprar’. Você não admite que disse isso?”, questionou Cabrini.

“Ele tinha feito uma proposta para que eu fosse sócio dele, mas nunca me mandava os contratos”, respondeu ele.

O processo que condenou o humorista identificou 16 vítimas formais em Canoas (RS), mas o inquérito havia apontado mais de 370 consumidores prejudicados.

Ainda durante a entrevista, Nego Di disse ter enfrentado dificuldades no período em que esteve preso, como ter perdido 33 kg e passado até 72 horas sem comer.

“Eu fui para o pior lugar que o ser humano pode ir, que é a prisão. Pior que isso, acho que só o cemitério”, declarou ele, acrescentando que atualmente não tem renda própria e vive com ajuda financeira da mulher.