‘Negacionismo sabota futuro’, diz Lula sobre ambiente e saúde

SÃO PAULO, 7 JUL (ANSA) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertou nesta segunda-feira (7) que “o negacionismo e unilateralismo estão corroendo o avanço do passado e sabotando o nosso futuro”, principalmente no que diz respeito ao meio ambiente e a saúde.   

A declaração foi dada pelo petista durante discurso na sessão plenária “meio ambiente, COP30 e saúde global” da cúpula do Brics, no Rio de Janeiro.   

“O aquecimento global ocorre em ritmo mais acelerado do que o previsto. As florestas tropicais estão sendo empurradas para o seu ponto de não retorno”, afirmou ele, enfatizando que o oceano está febril.   

Segundo o petista, “uma década após o Acordo de Paris, faltam recursos para uma transição justa e planejada, essencial para construção de um novo ciclo de prosperidade”. “Os países em desenvolvimento serão os mais impactados por perdas e danos”.   

Durante seu pronunciamento, Lula lembrou que as três convenções da Organização das Nações Unidas (ONU) adotadas no Rio em 1992 “colocaram o desenvolvimento sustentável no centro dos debates sobre o futuro do planeta”.   

“Consagramos o principio das responsabilidades comuns mas diferenciadas. Mesmo sem o passivo histórico dos países desenvolvidos, os membros do Brics não deixaram de fazer a sua parte”, afirmou.   

Lula ressaltou que “ao proteger, conservar, e restaurar” os territórios, oportunidades são criadas “para as comunidades locais e povos indígenas”.   

Para ele, a “geração de empregos decentes, a igualdade entre homens e mulheres e o fim do racismo em todas as suas esferas são imperativos”.   

Falando sobre saúde, o líder brasileiro explicou que investimentos em saúde e bem-estar dos cidadãos exigem “espaço fiscal” dos governos.   

De acordo com Lula, “muitas das doenças que matam milhares em nossos países, como o mal de Chagas e a cólera, já teriam sido erradicadas se atingissem o Norte Global”.   

Além disso, o petista destacou que, na Organização Mundial da Saúde (OMS) e na Organização Mundial do Comércio (OMC), todos lutam “juntos pelo acesso a medicamentos e vacinas essenciais para vencer a epidemia de HIV/Aids, a malária, a tuberculose e outras mazelas que afetam, principalmente, os países mais vulneráveis”.   

“Implementar o ODS 3, saúde e bem-estar, requer espaço fiscal.   

Não há direito à saúde sem investimento em saneamento básico, alimentação adequada, educação de qualidade, moradia digna, trabalho e renda”, concluiu. (ANSA).