O navio-hospital “Papa Francisco”, que há um ano percorre o rio Amazonas para oferecer assistência médica, se juntou ao combate ao coronavírus nessa região, informou nesta terça-feira (14) o portal do Vaticano.

A construção do navio foi possível graças a um acordo com o estado do Pará, que forneceu as indenizações pagas pelas empresas Shell química e Basf, devido a um acidente ambiental que causou 60 vítimas e danos consideráveis.

“Não poderíamos ficar de fora desta luta. Nos unimos, nos reorganizamos em nossos serviços para que juntos lutemos contra a COVID-19”, explicou o frei Joel Sousa, membro da coordenação do navio, em uma entrevista citada pela Vatican News.

Com 32 metros de comprimento, o navio conta com 23 profissionais de saúde. Possui também salas de raio X, mamografia, ecocardiograma, testes de estresse, sala de operações, laboratório de análise, farmácia, sala de vacinação, consultórios médicos, consultórios oftalmológicos e odontológicos, além de leitos hospitalares.

“Estamos atendendo principalmente os sintomas de gripe e os sintomas leves de COVID-19. O médico faz as consultas e também entregamos os medicamentos, junto com a secretaria de saúde local”, explicou o religioso.

A pandemia está dizimando as comunidades indígenas da América Latina, devido à suas defesas precárias contra doenças e à negligência estatal histórica de que são alvo.

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Os dados da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) afirmaram em meados de junho que há pelo menos 20.000 indígenas infectados na bacia do rio Amazonas, que abrange Brasil, Peru, Colômbia, Bolívia, Equador, Venezuela, Guiana e Suriname.

“Esses grupos vivem tanto em aldeias isoladas com acesso mínimo a serviços de saúde como em cidades densamente povoadas como Manaus, Iquitos (no Peru) e Leticia (Colômbia)”, afirmou sua diretora, Clarissa Etienne.


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