SP: Náufragos sobrevivem 3 dias em ilha com banana e água de chuva

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Pescadores resgatados (sentados, três homens sem camisa e um de regata branca), no barco com a equipe de mergulhadores que os encontrou Foto: Reprodução/G1

Quatro náufragos foram resgatados na ilha da Queimada Grande, em Peruíbe (a 135 km de SP), no sábado (2). Segundo a Marinha, os pescadores esportivos ficaram sozinhos na ilha após o barco em que estavam com mais dois amigos ser atingida por uma forte onda e afundar entre a noite de quarta (27) e a madrugada de quinta-feira (28) da semana passada. As informações são do UOL.

Os outros dois homens estavam desaparecidos até a noite deste domingo (3). A Marinha e os bombeiros faziam buscas. Na ilha, os quatros pescadores comeram banana verde e tomaram água de chuva.

Os resgatados são Ivan Bezerra da Silva, Manoel Câmara, Iranildo Rodrigues Cardial e Elenilson Nascimento da Silva. Os nomes dos dois desaparecidos não foram informados pela Marinha.

Conforme a Marinha, a embarcação Odelmar 2 saiu de Santos (a 72 km de SP) com as seis pessoas. Por causa do mau tempo, seguiria para a ilha. Quando estava a cerca de 10 km de lá, uma onda atingiu a lateral do barco, que virou e afundou.

Não houve tempo para pedir ajuda ou pegar os coletes salva-vidas. Um oficial da Marinha explicou à reportagem que a correnteza deve ter colaborado para que o grupo chegasse até a ilha a nado.

O instrutor de mergulho Wanderley Aparecido Justi Júnior, 31, ajudou no resgate dos turistas. Ele chegou perto da ilha no sábado de manhã para mergulhar com um grupo de oito pessoas. À tarde, resolveram ir para o outro lado, quando os náufragos foram vistos e acabaram levados para o barco.

Em nota, a Marinha do Brasil, por intermédio da Capitania dos Portos de São Paulo, afirmou que um inquérito será aberto para apurar as causas do acidente e possíveis responsabilidades.

A ilha da Queimada Grande faz parte do município de Peruíbe. O local é conhecido como um habitat natural de serpentes, considerado o segundo maior do mundo em concentração desses animais, segundo informações da Prefeitura de Itanhaém. Lá vive uma das cobras mais venenosas do mundo, a jararaca-ilhoa. A espécie tem veneno de 12 a 20 vezes mais forte que o das jararacas continentais, também segundo a Prefeitura de Itanhaém. A picada mata uma pessoa em seis horas.