Os relatórios emitidos pelo Painel Intergovernamental sobre o Clima da ONU (IPCC) deste ano não foram esperançosos e trouxeram um panorama preocupante sobre as mudanças climáticas no mundo. O cenário de secas prolongadas podem ser até 4 vezes mais presentes no período de 10 anos, indicando um grande aumento da aridez. 

Inclusive a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-26), que acontece nesta primeira quinzena de novembro, está em debate sobre questões climáticas em Glasgow, na Escócia. 

O que acontece é que esses relatórios se comprovam com a severa crise hídrica que atingiu o país neste ano e que fez reviver histórias e um passado submerso de cidades de São Paulo, Minas e Mato Grosso do Sul. 

Fotos Divulgação

Imaginem uma cidade de cerca de 10 mil moradores que foi alagada em 1973 para o surgimento do reservatório da hidrelétrica de Ilha Solteira, no rio Paraná. Rubinéia, no interior do estado de São Paulo tem hoje 3 mil moradores que assistem à seca no trecho local do lago fazendo ressurgir pilares da plataforma de embarque da antiga estação ferroviária, partes de uma antiga serraria, um antigo playground que existia numa praça, um coxo para tratar os animais e estruturas utilizadas para a higienização de vagões ferroviários, como uma caixa d’água.

Já em Minas, uma antiga ponte utilizada por peões boiadeiros para o transporte de milhares de cabeças de gado ressurgiu com o recuo da água do rio Grande na cidade de Guaraci.

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Ainda às margens do rio Grande, foi em Colômbia, município do interior do estado de São Paulo, divisa com Minas Gerais, que uma embarcação de ferro de 20 m de comprimento que naufragou supostamente há 90 anos, também ressurgiu. Ela era utilizada para o transporte fluvial de produtos como café, farinha e madeira para locais no curso do rio Pardo, e supostamente estava com excesso de carga quando afundou, de acordo com fontes locais. 

Histórias interessantes redescobertas porém com um triste motivo. É preciso assimilar a corda que está próxima de arrebentar diante desta crise hídrica – que já desgastou o abastecimento de água. Em novembro, a capacidade de geração de energia no país poderá chegar ao limite, devido às baixas nos reservatórios das hidrelétricas. Se não houver redução de desperdícios em grande escala e alternativas para geração de energia elétrica limpa, como propõem os líderes da COP26, viveremos em um péssimo cenário árido de profundas transformações e de muita escassez.


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