Pelo menos sete mulheres e meninas morreram e seis crianças ficaram feridas nesta quarta-feira (28), quando uma embarcação que transportava dezenas de migrantes naufragou ao chegar ao porto da ilha espanhola de El Hierro, no arquipélago atlântico das Ilhas Canárias.
“Até o momento, o naufrágio de uma embarcação em La Restinga resultou em sete mortes: quatro mulheres, uma menor de 16 anos e duas meninas, cada uma de 5 anos”, informaram os serviços de emergência das Ilhas Canárias (112) em uma mensagem na rede social X.
Além disso, duas crianças ficaram gravemente feridas por afogamento e quatro outros menores ficaram feridos, embora os serviços de emergência não tenham especificado a gravidade.
Imagens da televisão pública espanhola mostraram a embarcação completamente virada, enquanto dezenas de migrantes em pânico tentavam escalar o casco para pular no barco de resgate que estava ao lado. Outros permaneceram na água agarrados às boias salva-vidas que lhes foram atiradas, em meio a uma grande confusão.
A precária embarcação de madeira foi localizada a 6 milhas de La Restinga e foi escoltada até aquele porto por uma lancha de patrulha do Salvamento Marítimo, “mas, durante o desembarque, o cayuco (canoa) virou, lançando seus ocupantes na água”, explicou a Guarda Costeira em um comunicado.
“Durante o desembarque, algumas pessoas que viajavam no cayuco se aglomeraram em um dos lados, fazendo com que ele adernasse e virasse”, continuou o Salvamento Marítimo, enfatizando que o desembarque é “o momento mais delicado da operação”, especialmente “porque as embarcações estão em condições de segurança precárias e sobrecarregadas”.
Equipes do Salvamento Marítimo, da polícia, da Cruz Vermelha e até mesmo membros dos clubes de mergulho do porto foram mobilizados para auxiliar no resgate, acrescentou o comunicado.
Dois feridos, um menino de 3 anos e uma menina de 5 anos, estavam em estado grave devido ao afogamento, enquanto outras quatro crianças sofriam de dispneia (asfixia), segundo os serviços de emergência.
A embarcação transportava pelo menos 100 pessoas, estimou Alexis Ramos, porta-voz da Cruz Vermelha em El Hierro, à emissora pública TVE.
“A tragédia vivida em El Hierro deve comover a todos. Vidas perdidas em uma tentativa desesperada de encontrar um futuro melhor. Devemos estar à altura. É uma questão de humanidade”, escreveu o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, na rede X.
Milhares de migrantes morreram nos últimos anos na perigosa rota atlântica da África para a Europa, principalmente através das Ilhas Canárias, localizadas na costa noroeste da África, a bordo de embarcações sobrecarregadas e frequentemente em ruínas.
Após um recorde no ano passado (quando um total de 46.843 imigrantes irregulares chegaram às Ilhas Canárias), a taxa de chegadas ao arquipélago diminuiu significativamente, situando-se em 10.882 entre o início de 2025 e meados de maio, uma queda de 34,4% em relação ao mesmo período de 2024.
Segundo a ONG ‘Caminando Fronteras’, pelo menos 10.457 migrantes morreram ou desapareceram enquanto tentavam chegar à Espanha por mar entre 1º de janeiro e 5 de dezembro de 2024.
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