Nas redes sociais, a oposição dominou os principais assuntos sobre os atos do 7 de Setembro. Levantamento feito na plataforma CrowdTangle por Guilherme Felitti, fundador da empresa de análise digital Novelo Data, mostra que as três publicações com mais interações no Instagram nas últimas 24h sobre o tema foram de lideranças contra o presidente Jair Bolsonaro – entre eles, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A página quebrando o Tabu liderou com cerca de 365 mil interações, seguido por Lula (270 mil) e a candidata à vice-presidente na chapa petista na eleição de 2018, Manuela d’Ávila (224 mil). “O recorte das últimas 24h é surpreendente”, analisa Felitti. “No último mês, o tema era uma busca tomada pelo bolsonarismo”.

Nos últimos 30 dias, quem liderou o engajamento em palavras relacionadas ao 7 de Setembro foi a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP). A parlamentar gerou 6,5 milhões de interações em 69 publicações.

Na avaliação de David Nemer, professor de Estudos em Mídia da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, a reação nas redes é o reflexo do aumento da rejeição ao presidente demonstrado em pesquisas de opinião. O movimento no Instagram é um sinal, já que, aponta ele, “a rede social se tornou a plataforma mais influenciadora, muito mais que o Twitter”.

Ainda assim, no Twitter, a movimentação do presidente foi fraca. Não havia nenhuma hashtag bolsonarista entre os principais assuntos nas Trending Topics – onde é possível os temas mais discutidos do momento – da plataforma até o começo da noite de ontem “Esses protestos foram organizados de cima para baixo, não foi uma coisa orgânica”, diz Nemer. “Quando uma coisa é organizada, eles tentam organizar a movimentação online para subir as hashtags para as Trending Topics, coisa que a gente não viu.”

No Facebook e no Telegram, dominado pelos bolsonaristas, os apoiadores do governo lideraram com ampla vantagem. De acordo com levantamento do sistema analítico da consultoria Bites, no final do dia, às 21h, entre os 5 posts com maior volume de interações entre todos captados pelo Facebook na sua rede no mundo, três eram conteúdo do perfil oficial do presidente. No Telegram, 55 milhões de usuários visualizaram mensagens sobre o 7 de Setembro, com amplo domínio de grupos bolsonaristas, aponta análise do pesquisador Fábio Malini, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

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No parecer da Bites, “o resultado, a princípio, é um grande empate em zero a zero. Bolsonaro tem uma base leal, que fez muito barulho. Mas não consegue mais falar para além de sua base habitual”.


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