Presos que estão em regime semiaberto deixam os presídios de São Paulo na primeira saída temporária do ano, que se iniciou a partir das 6h desta terça-feira, 12, em todo o estado. Os indivíduos devem retornar às 18h da segunda-feira, 18, para as penitenciárias.

Entre os encarcerados que receberam tal benefício, estão condenados conhecidos como Alexandre Nardoni, Cristian Cravinhos, Lindemberg Alves e Gil Rugai. Os quatro cumprem pena na Penitenciária Dr. José Augusto, em Tremembé (SP).

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Em contato com a IstoÉ, a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) de São Paulo informou que ainda não há informações relativas ao número de presidiários que se utilizarão do benefício da saída temporária nesta semana. Entretanto, é esperado que todos os encarcerados que cumpram os requisitos para obtenção de tal direito o cumpram.

Apesar de todos os presos que possuem acesso ao benefício terem o direito a sete dias fora da penitenciária, Alexandre Nardoni terá apenas cinco. Isso porque o encarcerado já obteve dois dias de saída temporária em fevereiro deste ano para que pudesse comparecer ao velório da mãe.

Confira as datas da saída temporária em 2024:

  • Primeira saída: 12 de março – 18 de março
  • Segunda saída: 11 de junho – 17 de junho
  • Terceira saída: 17 de setembro – 23 de setembro
  • Quarta saída: 23 de dezembro – 3 de janeiro de 2025

Saída temporária

Atualmente, presidiários que estão no regime semiaberto entre quatro e oito anos de prisão podem pedir o direito à saída temporária em cinco ocasiões ao longo do ano para que possam visitar familiares ou participar de outras atividades sociais no intuito de se ressocializar.

Para ter acesso a tal oportunidade, o encarcerado precisa comprovar um comportamento “adequado” no sistema penitenciário e ter a autorização de um juiz.

Em fevereiro deste ano, o Senado Federal aprovou um projeto de lei que elimina as saídas temporárias e deixa o benefício restrito a encarcerados que possam deixar a prisão para estudar ou efetuar cursos profissionalizantes. A proposta ainda determina o monitoramento de tornozeleira eletrônica e aplicação de exame criminológico. O texto segue em tramitação no Congresso Nacional.

Alexandre Nardoni

Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram condenados pela morte de Isabella Nardoni. No dia 29 de março de 2008, a criança caiu do sexto andar do Edifício London, na zona norte de São Paulo.

De acordo com a justiça, a criança não caiu da janela acidentalmente, mas foi jogada por Alexandre e Anna Carolina.

Nardoni, atualmente no semiaberto, reduziu a pena de 30 anos que cumpriria na Penitenciária Dr. José Augusto, em Tremembé (SP), por meio de trabalhos e estudos, o que é garantido na lei penal em uma prática conhecida como remição de pena

Cristian Cravinhos

Suzane Von Richthofen tinha pouco mais de 18 anos quando cometeu o crime com a ajuda do então namorado, Daniel Cravinhos, e o irmão dele, Cristian. Os dois rapazes subiram até o segundo andar da residência da família de Suzane e mataram Manfred e Marísia com marretadas na cabeça enquanto o casal dormia.

Após serem sentenciados, Daniel recebeu a mesma pena que Suzane. Já Cristian foi sentenciado a 38 anos e 6 meses de detenção.

Gil Rugai

Gil Rugai foi condenado a 33 anos e nove meses de prisão por matar o próprio pai e a madrasta em 2004. Os dois foram mortos a tiros na casa em que viviam, localizada em um bairro nobre da zona oeste de São Paulo.

Em 2023, o indivíduo passou a frequentar uma faculdade de arquitetura em Taubaté. Gil Rugai é obrigado a usar tornozeleira eletrônica durante as aulas.

Lindemberg Alves

Lindemberg Alves recebeu uma pena de 98 anos e dez meses pelo assassinato da ex-namorada Eloá Cristina, que ocorreu em 2008. Na ocasião, o homem invadiu a residência onde a jovem vivia, em Santo André, na região metropolitana de São Paulo, e a fez de refém.

As negociações entre Lindemberg e as autoridades duraram cerca de 100 horas, terminando com o indivíduo baleando Eloá na cabeça, após as forças de segurança invadirem o apartamento em que ele a mantinha em cárcere.