O Napoli está impedido de usar imagens com o rosto de Maradona, maior ídolo da história do clube, em seus uniformes. Filhos da lenda do futebol argentino venceram uma batalha judicial com o empresário responsável por firmar um acordo com o time napolitano pelo direito de estampar a imagem do falecido jogador na camisa.

Tudo começou em março deste ano, quando o Napoli lançou um uniforme, em edição limitada, com um desenho da impressão digital e do rosto de Maradona. Foi quando cinco herdeiros do craque – Dalma, Gianinna, Diego Fernando, Diego Júnior e Jana – foram à Justiça pelo uso indevido da imagem do pai.

Segundo o jornal argentino Olé, o empresário Stefano Ceci, representante legal da empresa Diez Fze e ex-agente de Maradona, foi quem fez o contrato com o Napoli para o uso da imagem de Diego em suas camisas. A pedido dos herdeiros do ídolo argentino, o juiz Paolo Andrea Vassallo, da segunda seção cível do Tribunal de Nápoles, advertiu o sócio italiano em um valor de 150 mil euros (cerca de R$ 760 mil) por firmar o acordo sem o consentimento da família.

Na última segunda-feira, uma medida cautelar apresentada por Sebastián Baglietto, advogado dos filhos de Maradona, impedindo a divulgação ou uso da imagem de Diego tanto pelo Ceci quanto pelo Napoli foi aprovada por Vassallo. A equipe italiana não poderá nem mesmo entrar em campo com o uniforme.

Ainda de acordo com o Olé, seis mil camisas foram vendidas, no valor de 150 euros cada (R$ 760). O Napoli arrecadou 1 milhão de euros (R$ 5 milhões) com a comercialização das peças, sendo 22,5 mil euros (R$ 114 mil) repassados a Ceci pela licença. Os filhos de Maradona entendem que o agente “deve responder civilmente” pelo uso indevido da imagem do pai, fazendo o empresário correr o risco de pagar uma indenização mais cara do que o lucro alcançado pelo acordo com o time napolitano.

Revelado pelo Argentinos Juniors, Maradona passou por Boca Juniors e Barcelona antes de chegar ao Napoli, em 1984. Foi com a camisa napolitana que viveu os melhores momentos de sua carreira, onde venceu duas vezes o Campeonato Italiano, além de também faturar uma Copa da Itália, uma Supercopa da Itália e uma Copa da Uefa. Também atuou ao lado dos brasileiros Alemão e Careca antes de deixar o clube, em 1991.

A idolatria pelo craque argentino é tão grande que o estádio do Napoli, antigo San Paolo, ganhou o nome do jogador menos de um mês depois de seu falecimento. Ele morreu no dia 25 de novembro de 2020, aos 60 anos de idade, vítima de uma parada cardiorrespiratória.