A ativista Sara Winter afirmou ter sido intimada pela Polícia Federal a prestar depoimento nesta quarta-feira (3) sobre a ameaça que fez de “infernizar” a vida do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e sobre o inquérito que investiga seu envolvimento com um suposto esquema de fake news. Ela afirmou que não comparecerá.

“A PF [Polícia Federal] acabou de sair da minha casa, entraram ILEGALMENTE, NÃO SE IDENTIFICARAM e vieram deixar uma intimação para depor daqui a dois dias, EU NÃO VOU! Vão me prender? Me tratar como bandido? Vão ter que se prestar a isso!”, escreveu no Twitter.

Na noite de sábado, o grupo bolsonarista “300 pelo Brasil”, liderado pela ativista Sara Winter, fez um protesto em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. O grupo carregava tochas acesas, e algumas pessoas usavam máscaras de personagens de filmes de terror cobrindo todo o rosto.

Os manifestantes carregavam uma faixa onde se lia “300” e também tochas acesas e marcharam em frente ao STF gritando palavras de ordem contra o Supremo e o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news.

O ato ocorre depois de Sara e empresários bolsonaristas terem sido alvo de mandados de busca e apreensão no âmbito da investigação que apura ameaças, ofensas e fake news contra ministros da Corte e seus familiares.

https://twitter.com/_SaraWinter/status/1267517575774306304

Após a operação da última quarta-feira (27), Sara divulgou nas redes sociais um vídeo com ofensas a Moraes e aos demais ministros da Corte. Ela chegou a desafiar Moraes a “trocar socos”.

“Eles não vão me calar, de maneira nenhuma. Pelo contrário, eu sou uma pessoa extremamente resiliente. Pois agora, meu e não é que ele mora em São Paulo? Porque se estivesse aqui eu já estaria na porta da casa dele convidando ele para ‘trocar soco’ comigo. Juro por Deus, essa é a minha vontade. Eu queria trocar soco com esse ‘filha da puta’ desse ‘arrombado’! Infelizmente não posso, mas eu queria. Ele mora lá em São Paulo, né? Pois você me aguarde, Alexandre de Moraes. O senhor nunca mais vai ter paz na vida do senhor!”, esbravejou a ativista.

O vídeo foi encaminhado por Moraes ao procurador-geral da República, Augusto Aras, que o enviou ao Ministério Público Federal do DF. O caso está agora com o procurador Frederick Lustosa de Melo, que vem sendo pressionado por colegas para pedir logo à Justiça Federal a imposição de medidas cautelares contra a ativista.