A nutricionista Betina Grusiecki, de 28 anos, ex-companheira do deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP-SP), conhecido como Delegado Da Cunha, de 46 anos, utilizou as redes sociais nesta segunda-feira, 18, para agradecer o apoio que recebeu de usuários após a divulgação de um vídeo pelo Fantástico, da TV Globo, em que teria sido agredida pelo parlamentar.

No gravação, feita em 14 de outubro de 2023, é possível ver Da Cunha e Betina apenas algumas vezes, já que o celular responsável pela gravação estava escondido. Entretanto, o áudio revela ameaças do deputado federal, que chega a dizer “desmaia aí” para a vítima enquanto supostamente batia a cabeça da mulher na parede.

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Por meio do Instagram, Betina Grusiecki agradeceu todo apoio vindo de usuários da rede social, acrescentando que também recebeu relatos de mulheres que foram agredidas. “Você, mulher que sofre ou que já sofreu violência doméstica ou psicológica, não tenha medo de denunciar, tenha medo de permanecer nessa situação”, declarou a nutricionista.

Betina também agradeceu a advogada Gabriela Mansur, responsável por atender seu caso. “Felizmente a gente tem apoio, tem mulheres dispostas a nos ouvir e nos defender. Quero continuar compartilhando a minha rotina e coisas boas, conseguindo incentivar, não só a mulherada, mas o público em geral com esporte e a nutrição. Sou muito grata com a minha profissão”, concluiu, reiterando a importância da denúncia de violência doméstica.

Relembre o caso

O caso teria ocorrido em um apartamento em Santos, no litoral de São Paulo, após Da Cunha chegar ao local para comemorar o próprio aniversário supostamente embriagado. O casal teria discutido no dia anterior e Betina decidiu gravar as falas do parlamentar.

“Vai correndo pra casa da mamãezinha”, afirma Da Cunha na gravação, antes de ameaçar Betina de morte. “Pode parar, senão vou te matar aqui”, declarou o deputado. A mulher alega que o deputado teria a segurado pelo pescoço e empurrado o corpo dela ao banheiro.

Betina relata ainda que teria se sufocado e perdido a consciência ao ser segurada pelo pescoço. Posteriormente o deputado supostamente passou a bater a cabeça da mulher na parede. No vídeo, é possível ouvir a respiração da vítima ofegante e barulhos altos enquanto Da Cunha diz: “Desmaia aí, desmaia aí”.

Após as agressões, a mulher teria gritado para que a polícia fosse chamada e batido em Da Cunha com um secador de cabelo. Os filhos do deputado interviram na situação. O parlamentar reiterou em audiência que nunca bateu a cabeça de Betina na parede.

O MP (Ministério Público) concluiu que Betina teria agido em legítima defesa e o IML (Instituo Médico Legal) confirmou as escoriações na cabeça da mulher. Posteriormente, o deputado entrou em contato com a mãe da vítima em uma suposta tentativa de acobertar o caso.

“Eu sei que eu to errado. Pago a indenização, pago o tratamento. Mas eu acho que não tem necessidade de a gente ir até o final”, teria afirmado Da Cunha. “Esse vídeo vai acabar com a minha vida”, supostamente declara o deputado em ligação.

A defesa de Da Cunha declara que o vídeo não foi submetido à perícia e que as ameaças ocorreram em um contexto de briga.

Delegado Da Cunha

O deputado se tornou popular pela produção de conteúdo policial nas redes sociais, conseguindo cerca de três milhões de seguidores no Youtube. Entretanto, os vídeos publicados pelo então delegado não possuíam qualquer autorização dos superiores e muitos teriam sido encenados.